Retrospectiva

[Retrospectiva 2020] Relembre como foi o ano no mundo Apple

O ano do novo normal

2020 foi o ano que todo o mundo precisou se adaptar e mudar a forma como normalmente fazia as coisas.

Isso porque o conceito de normal mudou quase que completamente, por causa de uma pandemia impensável 12 meses atrás.

Vamos revisar o ano que passou e relembrar como a Apple (e seus usuários) lidaram com um mundo diferente do habitual. E você pode clicar nos links do artigo para reler o que falamos sobre cada notícia da época.

✦ O ano do vírus

O iPhone não pega vírus, mas foi justamente um que mudou o mundo em 2020.

Já no final de janeiro começamos a comentar aqui sobre o risco de uma forte epidemia que estava acontecendo na China influenciar diretamente em todos os lançamentos da maçã durante o ano. A Foxconn estendeu a pausa de ano novo (que na China acontece no final de janeiro) e as fábricas ficaram fechadas por semanas.

Apple Express

Somente em março que a epidemia local se tornou uma pandemia global, que atingia grande parte do mundo. E com isso os problemas não se limitavam mais apenas à cadeia de produção de produtos: lojas foram fechadas, funcionários foram incentivados a trabalhar em casa e todos os eventos presenciais da Apple tiveram que ser remodelados.

Muita coisa precisou ser feita de forma diferente.


✦ O ano dos eventos pré-gravados

Não podendo aglomerar pessoas em um espaço fechado, uma das principais coisas que a Apple teve que reformular foram seus tradicionais eventos ao vivo.

A OMS declarou estado de pandemia mundial no dia 11 de março, e apenas dois dias depois a Apple já confirmou que o seu encontro de desenvolvedores, a WWDC, seria em formato totalmente digital pela primeira vez em sua história.

Na semana seguinte ela já começou a testar o formato, criando um vídeo de apresentação do então recém lançado teclado para iPad com trackpad.

Na WWDC, a Apple transmitiu ao vivo um vídeo pré-gravado, muito bem produzido, que apresentava todas as novidades. E o formato deu tão certo que acabou virando o padrão para os eventos seguintes no ano. As apresentações do Apple Watch Series 6, iPad Air 4, novos iPhones e dos novos Macs com chip M1 foram feitas com diferentes eventos em vídeo.

No total, tivemos 4 eventos especiais no ano, usando este formato.

O novo modelo pré-gravado permitiu à Apple preparar melhor suas apresentações, tornando-as mais dinâmicas e interessantes.

É bem possível que ela tenha gostado tanto que a partir de agora não tenhamos mais eventos presenciais, além de vermos ainda mais apresentações durante o ano. Provavelmente em março já veremos a primeira.


✦ O ano do atraso no calendário

Apesar de todo o mistério que faz em torno de seus produtos, a Apple sempre seguiu um certo calendário tradicional todos os anos: em março temos um iPhone intermediário, nos primeiros 10 dias de junho temos a WWDC, em setembro novos iPhones e em outubro novos iPads.

Mas em 2020, por causa da pandemia, muitas destas datas foram prorrogadas.

O novo iPhone SE, que era esperado para março, chegou apenas em abril. A WWDC acabou acontecendo perto do final de junho e o lançamento dos novos iPhones não foi em setembro.

Tudo atrasou um pouco. Mas mesmo assim, a Apple conseguiu lançar tudo o que queria.


✦ O ano dos novos produtos

Apesar de termos passado por meses complicados, o ritmo na Apple não diminuiu e ela conseguiu apresentar diversos produtos novos em 2020.

Conforme a gente já esperava, em 2020 tivemos uma nova geração de iPads Pro, que se renovam a cada 1 ano e meio. Porém, foi uma atualização um pouco bizarra, porque ele manteve o mesmo exterior e até o mesmo processador. Ou quase isso, pois o tal A12Z apenas libera um núcleo bloqueado que já existia no A12X.

Em abril ela lançou uma releitura do iPhone SE, que trouxe a alma do iPhone 11 dentro de um corpo de iPhone 8.

Em setembro tivemos o já esperado Apple Watch Series 6, trazendo finalmente um leitor de oxigênio do sangue. Porém, quem roubou a cena no evento foi o novo iPad Air, que trouxe o mesmo design do iPad Pro, sem botão frontal e nem Face ID. A solução encontrada pela Apple foi colocar o scanner de digitais no botão lateral do aparelho.

Imagem: CNET

Em outubro a Apple apenas confirmou todos os rumores que vinham rolando durante o ano, e apresentou 4 diferentes tamanhos de aparelho. O grande destaque foi o fato de ter lançado o iPhone mini, que era um rumor persistente que vinha desde 2011 e que finalmente virou realidade.

Outro grande destaque dos novos iPhones foi o fato de trazer um sistema de ímãs na traseira, para grudar acessórios. Ela então ofereceu carregadores sem fios, capas e até porta-cartões para interagirem com a nova funcionalidade.

Para isso ela ressuscitou um antigo nome que usava para os cabos dos MacBooks na era pré-UBC-C: MagSafe.

No final do ano, ela lançou os AirPods Max, um fone de ouvido que, ao contrário dos outros AirPods, é usado na parte de fora das orelhas.

Outro lançamento importante foram os novos Macs com chip próprio da maçã, baseados na arquitetura ARM, a mesma dos iPhones e iPads. Aliás, os chips foram algo que tiveram destaque no ano.


✦ O ano dos chips da Apple

2020 representou um passo importante na áreas de chips para a Apple. Desde que resolveu fabricar seus próprios processadores, com o A4 em 2010, a evolução nesta área teve seu ápice este ano.

A14 Bionic

O lançamento do A14 Bionic mostrou que a maçã atualmente está na frente na briga deste mercado. Além de ser um dos primeiros fabricados em 5nm, ele conseguiu superar o já performático A13 do ano anterior, se tornando o processador móvel mais rápido da indústria. Nem mesmo o novíssimo Snapdragon 888 que equipará muitos Androids topo de linha em 2021 consegue atingir os mesmos resultados.

Não bastasse isso, a maçã finalmente entrou na briga no mercado de processadores para computador, lançando o primeiro da série Apple Silicon.

O Apple M1 passou a equipar novos Macs em novembro e a performance está impressionando a todos. Além de dar início à migração para ARM (que certamente será seguida pelo resto do mercado), dá liberdade para os engenheiros da empresa criarem novos produtos sem ficarem presos às limitações da Intel ou Qualcomm.

Qual o próximo passo? Modems de celular.


✦ O ano de polêmicas

Não existe ano da Apple sem ter polêmicas. Já estamos acostumados com isso.

A impressão que tivemos, de acordo com o feedback dado pelos nossos leitores, é que a maior polêmica do ano sem dúvida foi o fato da maçã ter decidido vender o iPhone sem um carregador de parede na caixa.

Isso mexeu até com aqueles que nem tinham cogitado comprar um novo iPhone este ano. Todos automaticamente se indignaram e se sentiram extremamente ofendidos, como se a Apple tivesse xingado a mãe de cada usuário.

O grande problema foi a tentativa da empresa em tentar usar o antigo Campo de Distorção da Realidade, que infelizmente morreu com Steve Jobs. Ela parece ter acreditado que bastaria dar a desculpa que a atitude seria bom para o meio ambiente, para as pessoas aceitarem sem questionar.

Isso deu o que falar. Até algumas concorrentes chegaram a aproveitar o momento para se vangloriar que elas não faziam isso, mesmo com a intenção secreta de repetir a mesma atitude no ano que vem. Samsung e Xiaomi aparentemente consideram que seus usuários são bastante estúpidos para não perceberem isso.

Mas o fato é que o tema carregador já era ridículo anteriormente e ninguém reclamava disso. Não é de hoje que o Blog do iPhone chama a atenção para o fato de que a Apple oferecia um ridículo carregador de 5W nas caixas dos iPhones, que era exatamente o mesmo do primeiro iPhone de 2007. Então, já existia um problema anteriormente, mas ninguém dava tanta bola quanto deu quando ela o retirou da caixa.

Segundo nossas análises, o real problema foi o custo final do iPhone 12, que ficou caro demais, obrigando a maçã a retirar alguns acessórios da caixa. Com isso, a desculpa do meio ambiente não convenceu ninguém.

No ano também chamou a atenção a briga da maçã com a Epic Games, que armou um circo na tentativa de lucrar ainda mais na App Store. Mas o circo não deu muito certo e todos os aplicativos da desenvolvedora foram retirados das lojas da Apple.


✦ O ano no Brasil

Além de todas as consequências causadas pela pandemia, também vimos o dólar no Brasil disparar em 2020.

Ele que já estava alto nos primeiros dias do ano, viu seu preço aumentar em quase 40% nos meses que se seguiram.

E não tem jeito: dólar alto atinge diretamente artigos importados, como é o caso dos produtos da Apple.

Então 2020 ficou marcado em nosso país por um aumento nunca antes visto dos preços da maçã. O novo iPhone 12 de menor valor chegou beirando os 7 mil reais. O mais caro custou 14 mil.

Todos os outros preços também foram reajustados, até mesmo dos aplicativos, que não sofriam alteração há 2 anos.

Mas o ano da Apple no Brasil não foi apenas de más notícias.

2020 foi o ano em que a Anvisa finalmente liberou a leitura do ECG no Apple Watch aqui no Brasil, quase 2 anos depois da função ter sido lançada pela Apple.

ECG

Também tivemos um novo cartão compatível com o Apple Pay no país: o next, que foi o primeiro banco digital daqui a oferecer essa praticidade. E algumas pistas indicam que teremos mais em 2021: Digio e Inter.

A Apple também fez parcerias para liberar prestações mais longas na compras do iPhone. As Casas Bahia oferecem o celular da maçã em 30x no seu cartão, e o programa “iPhone pra Sempre” do Itaú parcela em 21 vezes, mas permite trocar de aparelho no final e continuar pagando o aparelho… pra sempre.

Também tivemos o PROCON-SP, que aproveitou uma pisada de bola da maçã para chamar a atenção para si: decretou que a empresa deveria entregar carregadores para todo o cliente que solicitasse. Isso, claro, empolgou muita gente e saiu em muitos jornais e sites de notícia. Porém, ele não tem tanto poder assim e nada de efetivo aconteceu.

Foi realmente um ano bastante atípico. Apesar disso, muito do que imaginamos que iria acontecer em nosso artigo no começo do ano acabou acontecendo.

E a surpresa acabou sendo esta: mesmo com adversidades inéditas no mundo, a Apple conseguiu seguir com seu plano que tinha para o ano, inclusive crescendo bastante.

Que consigamos, em 2021, controlar essa praga mundial e transformá-la em passado, para que não só consigamos por em prática tudo o que planejamos, mas possamos criar e produzir ainda mais.

Que 2021 seja o ano do recomeço.

Se você tem curiosidade de relembrar o que aconteceu nos anos anteriores, confira a nossa seção de Retrospectivas BDI.
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