[Retrospectiva 2017] Os fatos que marcaram o ano no mundo Apple
O ano de 2017 provavelmente ficará marcado na história da Apple, por ter sido intenso tanto no lado bom quanto do lado ruim. Tivemos a comemoração dos 10 anos do iPhone original com novos produtos, mas também com muitas, muitas falhas em diversos âmbitos. Tivemos um novo iPhone totalmente remodelado, que pela primeira vez não provocou nenhuma polêmica nova (estilo algumacoisagate), o que não significa que ficamos livres de polêmicas e controvérsias.
Um ano bastante conturbado, que pretendemos resumir neste artigo, com links para a notícia da época. Boa leitura!
✦ Novos produtos
Este ano a Apple apresentou diversos novos produtos, com alguns adiamentos. Em março, época em que todos esperam novos iPads, a Apple pareceu desmentir os rumores que diziam que haveria um novo tablet Pro com tela de 10,5 polegadas. Em vez disso, ela lançou um novo iPad de 5ª geração, com o mesmo design do primeiro iPad Air. Com chip A9 (o mesmo que o iPhone 6s), ele se transformou em uma opção mais barata de tablet, sem Smart Connector e Apple Pencil.
O iPad Pro de 12,9 polegadas ganhou apenas um aumento de armazenamento, o que deixou todos perplexos. Naquele ponto o modelo já tinha mais de um ano de lançamento e a Apple não o atualizava. Foi um lançamento de iPad bem bizarro, apenas com o modelo mais econômico.
O que não se sabia na época é que a renovação da linha Pro tinha sido adiada para junho, junto com a WWDC.
Pela primeira vez, a Apple decidiu lançar um iPhone na cor vermelha, participante da campanha RED. O iPhone 7 ganhou uma traseira com alumínio vermelho e frontal branca (para o desgosto de alguns). O modelo foi descontinuado no segundo semestre.
Em junho, a Apple resolveu quebrar o costume dos últimos anos de não apresentar novos hardwares na WWDC e renovou a linha de iPads Pro. O rumor do início do ano que apontava um novo tablet virou realidade, e ganhou vida o iPad Pro 10,5, assim como um modelo mais moderno do tamanho maior, de 12,9.
Foi também em junho que a Apple anunciou dois novos produtos: o iMac Pro (que seria lançado somente em dezembro) e o HomePod, um dispositivo estilo Amazon Echo, que integra a assistente Siri à vida da casa. Uma espécie de caixa de som que você pode conversar e pedir coisas, além de servir como equipamento musical ambiente. O acessório, porém, foi adiado para 2018, pois a Apple não conseguiu terminá-lo a tempo.
Em setembro, uma nova leva de lançamentos. 2017 foi o ano em que a Apple decidiu lançar dois tipos de iPhone: um que era a evolução natural da geração anterior (o iPhone 8) e outro que estava programado apenas para o próximo ano, mas teve seus planos antecipados para aproveitar a comemoração de 10 anos de lançamento do primeiro iPhone. Com o nome de X (número romano que representa 10), a empresa apresentou ao mundo aquele que foi provavelmente o maior redesenho externo que o iPhone já teve desde a sua criação. Sem botão frontal, com uma tela que cobre toda a parte da frente, o aparelho surpreendeu a todos, inclusive pelo preço estratosférico.
Mais uma geração do Apple Watch foi lançada, com conexão 4G como sendo a principal novidade. Infelizmente nem todos os países possuem compatibilidade com a tecnologia, entre eles o Brasil. A Apple TV também recebeu suporte a vídeos em 4K em um novo aparelho.
No mesmo evento, a Apple apresentou para o mundo o Apple Park, novo campus da empresa idealizado e iniciado ainda quando Steve Jobs estava no comando, que levou 6 anos para ficar concluído.
✦ Rumores
Mais uma vez os rumores foram muitos e certeiros, tirando grande parte da graça para os usuários, que já sabiam o que seria apresentado antes mesmo da Apple anunciar.
Desde janeiro que ouvimos falar em um modelo comemorativo pelos 10 anos de iPhone, que não teria botão frontal, apresentaria reconhecimento facial e usaria tela OLED. Até mesmo o design correu o mundo desde os primeiros meses do ano, não sendo absolutamente novidade para ninguém. E para piorar, a Apple ainda falhou em deixar vazar o firmware do HomePod, que confirmava todos os rumores e ainda revelava segredos até então desconhecidos. E as pouquíssimas coisas que não tinham sido descobertas, acabaram vindo à tona dias antes da apresentação, no vazamento da versão final do iOS 11 que trazia com todas as letras nomes definitivos, os Animoji, funcionamento do Face ID e até a revelação de um Apple Watch LTE. Não sobrou NADA para a Apple surpreender na apresentação. Nada.
Ironicamente, este ano a Apple fez uma campanha interna entre seus funcionários justamente para conscientizar a todos de que vazamentos de informações são prejudiciais para a empresa. Mas até o áudio dessa campanha vazou…
Até poucos dias antes do evento, a grande dúvida era como se chamariam os novos iPhones. Alguns apostavam em 7s, 7s Plus e 8, enquanto que outros achavam que o modelo especial poderia se chamar iPhone Pro. No fim, a Apple escolheu a denominação X, que causa confusão ao falar pois muita gente acaba chamando de “xis” mesmo.
✦ Apple Brasil
Passou mais um ano e não tivemos o Apple Pay no Brasil. Fora isso, não houveram muitos destaques em nosso país.
O Brasil era um dos únicos países fora da China que fabricavam iPads, e isso acabou este ano. A Apple decidiu desativar a linha de montagem do iPad na fábrica de Jundiaí (SP), sem dar maiores esclarecimentos.
Um ponto positivo que a empresa conseguiu fazer aqui foi homologar os novos iPhones antes mesmo deles serem lançados internacionalmente, algo inédito até então. Isso poderia dar plenas condições da Apple incluir futuramente o Brasil na primeira leva de lançamento do iPhone, algo que sonhamos há muito tempo. A empresa não se manifestou sobre isso, mas se ela quiser a partir de agora, a Anatel não será mais um problema.
Outra ótima notícia no ano foi a que teremos preços em Reais na App Store a partir de 2018. A pista começou a aparecer em outubro com a solicitação do CPF dos usuários, e foi confirmada em dezembro.
✦ Coisas que deixamos de ter em 2017
A Apple nos tirou algumas coisas neste ano:
- Fim do App Grátis da Semana: o aplicativo gratuito que a Apple dava de presente todas as semanas, deixou de existir com a nova App Store.
- Fim do suporte a 32 bits: aplicativos feitos em 32 bits e que não foram mais atualizados deixaram de funcionar no iOS 11. Desde o iOS 10 já havia um aviso de que isso iria acontecer, e a Apple realmente abandonou o suporte.
- Fim do Touch ID: bem, não foi exatamente o fim visto que o iPhone 8 traz o sensor de digitais. Porém, como a Apple não conseguiu colocar o scanner sob a tela, é uma tecnologia que provavelmente não aparecerá mais nos futuros dispositivos. O que é uma pena.
- Fim do iPod: o histórico dispositivo que fez a Apple dar a volta por cima e se tornar a gigante que é, finalmente foi descontinuado de forma oficial. Há anos a Apple não mostrava mais nenhuma renovação na linha, mas os mantinha ainda à venda. Em 2017, eles definitivamente viraram peça de museu e o único modelo que continua é o touch (que está bem mais próximo de um iPhone sem telefone do que de um iPod).
✦ Polêmicas
É engraçado notar que o iPhones X e 8 não tiveram nenhuma polêmica específica, algo raro nos novos lançamentos. Mas isso não significa que a Apple tenha ficado livre de problemas e reclamações de todos os tipos. Daria para se dizer que foi um ano bem difícil para a maçã.
Uma das maiores dores de cabeça para ela (e para os usuários) foi sem dúvida o iOS 11, que foi umas atualizações mais criticadas desde o iOS 7. Ao mesmo tempo em que ele trouxe diversas novidades bem legais (multitarefa mais intuitiva no iPad, liberação do NFC do iPhone, entre outras coisas), também foi um martírio para muitos usuários, que viram seus iPhones consumirem mais bateria e ficarem menos performáticos.
Além disso, a Apple tirou duas funcionalidades que deram o que falar: o atalho para aplicativos abertos usando o 3D Touch e o fato do botão do Wi-Fi na Central de Controle não desligar completamente a conexão. Ela precisou liberar atualizações para trazer a primeira funcionalidade de volta, e explicar melhor como funcionava o atalho do Wi-Fi e Bluetooth.
A trapalhada não parou por aí. Ao lançar o macOS High Sierra, algum engenheiro esqueceu de configurar direito o sistema e fez com que qualquer um acessasse o usuário root de um Mac sem precisar de senha nenhuma. Uma falha de segurança gravíssima, que foi rapidamente reparada.
A equipe de software da Apple se mostrou bastante estranha em 2017. Além das falhas no sistema, publicaram em um link não público o firmware de testes do HomePod, para atualizar as unidades que estavam sendo usadas por funcionários. O problema é que há scripts bem conhecidos programados para identificar sempre que a Apple publica uma nova atualização do iOS, o que é útil para todos nós (no Twitter, o usuário @iOSreleases faz isso muito bem). E foram estes scripts que identificaram imediatamente a publicação de um novo firmware do HomePod, que continha dezenas de informações ainda confidenciais sobre o novo iPhone. Em agosto ficamos sabendo de diversas informações que a Apple só pretendia revelar em setembro.
Mas a polêmica do ano sem dúvida foi a informação de que a Apple deixa o iPhone mais lento quando a bateria fica desgastada. Revelada no final de dezembro por um usuário do Reddit e logo depois confirmada pela própria Apple, o caso rendeu (e ainda está rendendo) diversas aberturas de processos na Justiça contra a empresa. Ela pediu formalmente desculpas e prometeu reduzir o preço da troca de bateria para iPhones elegíveis que estejam com a bateria fisicamente desgastada.
✦ O que esperar de 2018
O novo ano já vai começar com uma boa notícia: teremos preços em Reais no Brasil. E pela prévia dada pela Apple, os preços podem ficar mais em conta que os valores que pagamos hoje em dólar, porque diferente de produtos físicos importados, a incidência de impostos é menor. Poderemos ter os vale-presentes vendidos em supermercados e negócios em geral, além da possibilidade dos desenvolvedores aplicarem preços especiais em seus aplicativos.
Também há (como todos os anos) a esperança de termos o Apple Pay no Brasil. Tudo ainda depende da negociação da Apple com os bancos, mas não custa torcermos para que ele venha o quanto antes.
Quanto aos produtos, o design do iPhone X deverá virar o padrão daqui para frente, com os preços (esperamos) bem mais baixos que o X. Talvez os iPads venham com câmera TrueDepth, abandonando de vez o Touch ID.
O que a Apple precisa melhorar (e urgente) é o gerenciamento de software. As diversas mancadas dadas no ano de 2017 não podem se repetir no próximo ano, sob pena da empresa perder a boa imagem que sempre teve de ser atenta aos detalhes e priorizar a qualidade acima de tudo.
Vamos torcer para que ela consiga resolver os problemas e voltar a nos surpreender em 2018!