A semana que passou trouxe vários rumores como sempre, mas dois se destacaram por serem noticiados quase como verdade em grande parte da imprensa, mesmo sendo ridículos. Um deles seria sobre um iPhone mini, de menor tamanho (e no qual nem todos entenderam a sutil brincadeira que fizemos aqui), que teria seu preço menor para poder enfrentar a crescente concorrência (sic). Outro boato seria o de um possível lançamento de um iPad 3 ainda em setembro, mesmo que o iPad de segunda geração nem tenha sido ainda divulgado.
Todas informações foram dadas pelo próprio Papai Noel e confirmadas pelo coelhinho da Páscoa.
iPhone mini
Há mais de dois anos que esta história de um iPhone menor e mais barato para “enfrentar a concorrência crescente” corre por vários sites sensacionalistas. O ponto alto foi no final de 2008 quando algumas fabricantes de capas colocaram em seus sites uma opção para o suposto modelo. Há mais de dois anos!
Relembre a história:
– Mais boatos e fotos do iPhone nano
– Mais uma imagem do iPhone nano para nos divertir
– Empresa publica em seu site área dedicada ao iPhone nano
Inclusive, quem quiser, pode montar um exemplar de papel do modelo.
São dois os grandes motivos para a Apple não adotar um modelo menor de aparelho, por mais que os pseudo-especialistas insistam de que isso faça sentido.
Primeiro: tamanho de telas diferentes complicam a vida dos desenvolvedores. Um dos pontos fortes da Apple hoje (e que até a Nokia inveja) é sua base de desenvolvedores, que criam diariamente novos aplicativos para os iGadgets. O padrão estabelecido pelo sistema é o que torna a plataforma uniforme e segura, e fragmentar os aparelhos seria ir de encontro ao que o próprio Steve Jobs prega e que até Tim Cook já afirmou. Será que os jornalistas esqueceram isso ou há alguma intenção desconhecida para divulgar uma “notícia” dessas, sem nenhuma evidência concreta?
O segundo grande motivo que faz com que a Apple não precise se preocupar ainda com a concorrência é que ela possui atualmente um problema muito maior: não consegue fabricar aparelhos suficientes para suprir a demanda. Se não há nem iPhone 4 o bastante para todos que querem comprar, por que raios ela iria inventar moda com um novo aparelho, ainda mais barato? A Apple é a empresa que mais fatura no setor de telefonia não é por acaso: seu alvo são produtos de valor mais elevado. Por isso, um iPhone mini agora não tem o menor sentido.
iPad 3 em setembro de 2011
John Gruber é um jornalista muito bem conceituado, mas esta semana deve ter bebido algo que o fez falar algumas besteiras, como por exemplo, que a Apple poderia estar pensando em lançar um iPad 3 em setembro. Isso mesmo, você nem conhece ainda o iPad 2 (e na prática, nem sabe se será mesmo lançado) e já tem gente falando do próximo, neste mesmo ano. A lógica seria que a data é mais próxima do final do ano e incentivaria assim as vendas de natal.
De novo: a Apple não precisa fazer nada para vender mais iPads, pois eles sofreram, até o final de 2010, de uma grave falta de estoques que atrasou o lançamento em diversos países, inclusive o Brasil. As festas de final de ano são sim a época de maiores vendas do ano, mas a Apple costuma estudar minuciosamente seu calendário de lançamentos; se ela decidiu colocar o do iPad em março, não foi em vão e nem por acaso. Gruber achar que a Apple não pensou nisso antes é mostrar que desconhece sua história.
A prova está que, nos Estados Unidos, este foi o Natal do iPad, em que foi vendido como água. Ele precisaria realmente ser lançado em setembro, para fazer sucesso? I don’t think so. Seria mais provável a Apple esperar para lançar o iPad 2 em setembro do que lançar dois novos modelos no mesmo ano. Rumores têm limite.
Quem acredita neste tipo de notícia não conhece muito bem a história da Apple. Quem a publica, também não.
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