O iPhone 16e não é um substituto do saudoso iPhone SE

Tim Cook apresentou essa semana o “novo membro da família“, que muitos esperavam que seria o sucessor do queridinho (e agora saudoso) iPhone SE, que por anos foi a preferência de quem queria muito se manter no ecossistema do iOS, por um preço mais acessível.

Porém, apesar da Apple enfatizar que é “the most affordable member of the family” (o membro mais acessível da família), o iPhone 16e tem uma proposta bem diferente do antigo SE.

Ele vem repleto de limitações forçadas e, para piorar, no Brasil chega tão caro quanto o próprio iPhone 16.

O fim do legado do iPhone SE

O grande diferencial do iPhone SE sempre foi oferecer um chip topo de linha em um design mais antigo, garantindo anos de desempenho sólido a um custo menor.

Mas até então, as limitações do modelo sempre foram aquelas naturais herdadas do design dos modelos anteriores.

Por exemplo, o primeiro SE mantinha a tela pequena do iPhone 5, enquanto os modelos 6s já investiam nas telas maiores e Touch ID. Ou o SE 3, que mantinha tudo o que o iPhone 8 oferecia em sua época, mas com um processador do iPhone 12.

Agora não. Mesmo usando o mesmo “corpo” do iPhone 14, a Apple fez questão de retirar funcionalidades que já existiam, oferecendo um aparelho “capado” para o seu consumidor.

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O que o iPhone 16e tem de capado?

Mesmo com um design moderno e algumas boas especificações, o iPhone 16e deixa a desejar em vários aspectos:

• A18 capado: O processador é o A18, mas não pense que ele é o mesmo do iPhone 16. Sua GPU tem um núcleo a menos.
  
• Sem MagSafe: Para quê deixar uma funcionalidade que vinha em todos os iPhones desde 2020? Melhor tirar, para ver se o pessoal compra o modelo mais caro.

• Sem chip U1: Gosta de usar seu iPhone para achar com precisão o seu AirTag dentro de casa? Então compra outro modelo, porque esse não faz isso.
  
• Uma única câmera: Lembra que o iPhone 14 vinha com duas câmeras? Agora esquece! O sensor de 48 MP usa um esquema “dois em um” para compensar a falta de uma lente extra. Na prática, isso significa menos versatilidade do que modelos que trazem um conjunto completo de câmeras.

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As poucas vantagens valem o investimento?

Para não dizer que o 16e só tem coisas ruins, vale destacar os dois principais diferenciais do novo modelo: modem C1 e a Apple Intelligence.

O iPhone 14 não roda a Apple Intelligence (na verdade, nem mesmo o modelo mais simples do iPhone 15), então para quem quer muito ter a IA da maçã, não tem muito para onde fugir. Mas como já vimos, nesse caso vale mais a pena comprar logo o iPhone 16 normal, bem mais completo.

E no caso do modem C1, ele é na verdade um grande experimento. Não oferece Wi-Fi 7 e nem é compatível com redes 5G mmWav. Então, quem comprar o 16e agora será uma especie de cobaia da Apple para testar esse novo modem. Não que ele seja ruim, pois parece ter uma economia de energia bem acima do padrão do mercado, mas…

O iPhone SE morreu e o 16e não é seu sucessor

A linha iPhone SE sempre foi uma opção para quem queria um iPhone potente e mais barato, reaproveitando o design antigo, mas sem limitações impostas no desempenho.

Com o 16e, a Apple abandona esse conceito e entrega um modelo artificialmente limitado, com hardware inferior e preço elevado.

Se antes o iPhone SE era uma porta de entrada para o ecossistema da Apple, agora quem quer um iPhone barato terá que pagar bem mais por menos.

O que você precisa entender é que, como bem enfatizou Tim Cook no teaser da semana passada, o iPhone 16e é um novo membro da família, ou seja, um produto com uma proposta diferente do que existia até então.

Não considere-o como uma atualização do iPhone SE, porque ele definitivamente não é.