Nesta terça (30) a Apple divulgou os resultados fiscais do Q3 (Abr/Mai/Jun) e um dos destaques foi o fato do faturamento ter aumentado, mesmo com a queda das vendas do iPhone.
Isso é resultado de um crescimento dos serviços, que bateram recordes históricos, mostrando que a empresa está cada vez menos dependente do que foi, por anos, seu principal carro-chefe.
Pela primeira vez em muitos anos, as vendas de iPhone representam menos da metade do faturamento da Apple. Mas você acha que o mercado ficou preocupado com isso? Pelo contrário: as ações da empresa dispararam hoje de manhã.
E isso tem uma explicação bastante lógica.
O mercado de smartphones em geral está em queda, e isso para todas as marcas.
As pessoas estão trocando menos seguidamente de iPhone, seja por causa do alto preço, ou então porque o aparelho dura vários anos, com atualizações do iOS. Já comentamos aqui que nenhum outro smartphone tem suporte por tantos tempo quanto os da maçã.
O fato da Apple ficar financeiramente menos dependente do iPhone significa que, mesmo com a diminuição das suas vendas, a saúde financeira da empresa continua boa, pois os usuários existentes continuarão consumindo os serviços.
E é aí que Tim Cook mostra toda sua genialidade de gestor de empresa.
Nós aqui criticamos muito ele por não ser um “homem de produto” (segundo palavras do próprio Steve Jobs), mas no lado empresarial, ele é um dos melhores.
No Q1 deste ano, as ações despencaram por ter sido a primeira vez que as vendas de iPhone não bateram recorde. Vendeu muito, mas menos do que no ano anterior.
Mas Cook já tinha percebido antes que isso poderia acontecer e focou no desenvolvimento massivo dos serviços da empresa, para gerar renda com algo que não fosse apenas vendas de aparelhos.
Seu plano parece estar dando frutos. Mesmo com queda de 11% na venda de iPhones, a receita aumentou em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
Só de lucro, foram 10 bilhões em 3 meses. Isso dá para comprar 10 divisões de modems da Intel, apenas com o lucro de 3 meses.
E isso que nem foram lançados ainda os dois grandes produtos do ano: Apple Card e Apple TV+.