Foxconn retira equipe chinesa da Índia e atrasa planos da Apple para o iPhone 17

A retirada de técnicos pode dificultar a expansão da produção de iPhones fora da China, afetando diretamente os planos da Apple para fabricar mais iPhones na Índia

Por iLex

A Foxconn, principal montadora do iPhone, retirou centenas de técnicos e engenheiros chineses de suas fábricas na Índia. A decisão, tomada discretamente nos últimos dois meses, representa um obstáculo significativo na estratégia da Apple de diversificar sua produção e reduzir a dependência da China — justamente em um momento crítico: às vésperas do início da fabricação do iPhone 17.

Pressão da China

Segundo fontes da Bloomberg, mais de 300 profissionais chineses da Foxconn já retornaram à China, e apenas parte da equipe de apoio, principalmente de Taiwan, continua atuando na Índia.

O motivo da retirada não foi oficialmente confirmado, mas há indícios de que o governo chinês vem pressionando empresas a limitarem a exportação de tecnologia, equipamentos e mão de obra qualificada para países como a Índia e o Vietnã.

Essa ação pode ter como objetivo dificultar a migração de fábricas para outras regiões, um movimento que tem se intensificado desde a guerra comercial iniciada entre Estados Unidos e China ainda durante o primeiro mandato de Donald Trump.

Como isso afeta a Apple

A Apple vem apostando cada vez mais na Índia como polo de produção dos iPhones.

Atualmente, o país já é responsável por cerca de 20% da produção mundial de iPhones, e a meta é que a maioria dos modelos vendidos nos EUA seja fabricada na Índia até o final de 2026.

Para atingir esse objetivo, a presença de engenheiros chineses experientes na Índia tem sido essencial para treinar as equipes locais e transferir o know-how necessário para manter os padrões de qualidade e eficiência da Apple.

Com a retirada desses profissionais:

  • O treinamento da mão de obra local será mais lento;
  • A transferência de tecnologia pode ser interrompida;
  • Os custos de produção podem subir por conta da menor eficiência nas linhas de montagem.

Impacto na produção do iPhone 17

A retirada acontece em um momento delicado: a Apple e seus parceiros, incluindo a Foxconn, estão justamente iniciando os preparativos para a fabricação do próximo iPhone, com previsão de lançamento para setembro.

Além disso, uma nova fábrica da Foxconn está em construção no sul da Índia para ampliar a capacidade produtiva.

Ainda que a qualidade final dos iPhones montados na Índia não deva ser comprometida, fontes ouvidas pela Bloomberg apontam que a eficiência da produção pode ser afetada, o que é particularmente preocupante em um período de aumento da demanda global.

E visto que o iPhone é um dos smartphones que mais vende no mundo, qualquer dificuldade em suprir a demanda pode resultar em perdas milionárias para a Apple.

O problema de depender da China

Esse episódio evidencia os desafios geopolíticos enfrentados pela Apple em sua tentativa de descentralizar a produção.

A China, que tradicionalmente forneceu mão de obra altamente qualificada para as montadoras de eletrônicos, agora adota uma postura mais protecionista.

Ao mesmo tempo, o presidente Donald Trump tem criticado publicamente os planos da Apple de produzir iPhones fora dos EUA, alegando que os aparelhos vendidos no país deveriam ser fabricados internamente.

No entanto, os altos custos da mão de obra americana e a dependência da expertise chinesa tornam essa possibilidade economicamente inviável no curto prazo.

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