O presidente Donald Trump anunciou nesta terça-feira (2) um novo acordo comercial com o Vietnã que deve afetar diretamente os preços de produtos da Apple — incluindo AirPods, iPads, Apple Watch e até o Mac mini.
A medida impõe uma tarifa de 20% sobre os itens importados do país asiático, elevando significativamente os custos da empresa com sede em Cupertino.
Apple vinha apostando no Vietnã para fugir das tarifas da China
Desde sua reeleição, Trump vem impondo tarifas “recíprocas” para tentar equilibrar a balança comercial dos EUA com países como China e Vietnã.
Para contornar os custos de importação da China, a Apple iniciou um processo de reorganização global da sua cadeia de produção, movendo a montagem de vários produtos para o Vietnã — incluindo quase todos os modelos de iPad e AirPods, além de Apple Watch e Mac mini.
Em maio, o próprio Tim Cook confirmou que, fora os iPhones, quase todos os demais produtos da Apple passariam a vir do Vietnã.
Agora, com o novo acordo, essa estratégia perde força: a tarifa que antes era de cerca de 4% passa a ser cinco vezes maior, chegando a 20%.
E quem vai pagar a conta?
Apesar de Trump afirmar que “o Vietnã vai pagar”, na prática, quem arca com os custos é a Apple, que provavelmente repassará parte do impacto ao consumidor.
Ou seja: prepare-se para ver aumentos nos preços dos produtos da marca, principalmente aqueles fabricados fora da China.
Mas não é somente para as importações nos Estados Unidos? Sim, mas é provável que a Apple busque diluir esses custos globalmente, para não sobrecarregar o mercado americano, que historicamente sempre foi sua maior prioridade.
Além da tarifa padrão, o novo acordo prevê também um imposto alternativo de 40% sobre produtos transbordados — ou seja, itens produzidos fora do Vietnã, mas exportados a partir de lá.
A boa notícia é que, por enquanto, a Apple parece escapar dessa tarifa mais pesada.
Possível efeito dominó: novos acordos à vista
Este novo acordo com o Vietnã vem logo após um outro firmado com a China — também desfavorável à Apple e outras empresas de tecnologia.
Trump já sinalizou que outros acordos semelhantes podem ser anunciados nos próximos dias, o que preocupa analistas e o próprio setor tecnológico americano.