[Retrospectiva 2024] O ano em que a Apple precisou se reinventar
O ano de 2024 marcou definitivamente a história da Apple. Foi um ano em que a empresa foi forçada a abrir seu sistema, retirar funções de produtos, além de se aprofundar em novos mercados, como o da computação espacial e da inteligência artificial.
Foi também o ano de abandonar projetos que não vingaram, como a ideia de criar um carro ou capas FineWoven que pretendiam ser uma alternativa ecológica para o couro.
No Brasil, ao mesmo tempo que ela se esforçou para lançar novos iPhones quase na mesma época que o resto do mundo, também teve que lidar com a justiça que quase a forçou a mudar a App Store no país. Além de uma visita inusitada na Apple Store do Rio.
Para você relembrar dos pontos mais importantes, reunimos os principais fatos do ano em um único artigo, para termos a dimensão do quão transformador foi 2024 para a maçã.
Foi um ano que parece ter passado rápido, mas deixou marcas na empresa de Tim Cook.
Um porco na Apple Store
Em janeiro, uma situação inusitada chamou atenção na Apple Store do VillageMall, no Rio de Janeiro. Um porco de estimação, levado por sua tutora, fez suas necessidades no meio da loja.
A indignação nas redes sociais foi amplificada pelo fato de a tutora não ter tomado qualquer atitude para limpar ou reportar o incidente, deixando a responsabilidade aos funcionários.
Apple Watch perde oximetria nos EUA
Uma decisão judicial obrigou a Apple a desativar o recurso de monitoramento de oxigênio no sangue nos Apple Watch Series 9 e Ultra 2 vendidos nos Estados Unidos, devido a uma disputa de patentes com a empresa Masimo.
Apesar da mudança, o recurso continuou disponível em outras regiões, como o Brasil.
Início das vendas do Apple Vision Pro
O aguardado dispositivo de realidade mista começou a ser vendido nos Estados Unidos no início de fevereiro, marcando a entrada da Apple no mercado de computação espacial.
O caríssimo óculos de realidade virtual chamou bastante a atenção no primeiro mês, mas depois foi perdendo o interesse, devido ao seu alto custo que o faz ser um produto para nichos específicos.
Cancelamento do projeto Apple Car
Ainda em fevereiro, após anos de especulação, a Apple cancelou o projeto Apple Car (Titan), encerrando sua tentativa de entrar no mercado de veículos autônomos.
Muitos cogitam que o tempo que a empresa perdeu nesta ideia de carro próprio fez ela não perceber a grande revolução que a inteligência artificial generativa estava começando a causar no mundo, o que a fez perder o bonde da inovação nesta área.
Forçada a abrir o sistema do iPhone
Pela primeira vez na história, a Apple permitiu a publicação de emuladores na App Store. O Delta, um emulador de jogos clássicos, foi liberado para download, marcando uma grande mudança na política da empresa.
Isso foi devido às pressões que ela sofreu da legislação da União Europeia, que também a obrigou a permitir que lojas alternativas de aplicativos fossem instaladas no iPhone.
Fim dos acessórios FineWoven
Os acessórios FineWoven, lançados como substitutos das capas de couro, enfrentaram críticas desde o início. Em abril, a produção foi encerrada e em setembro eles foram definitivamente retirados do mercado.
Lançamento do chip M4 no iPad Pro
Em abril, a Apple lançou o chip M4 no novo iPad Pro, marcando a primeira vez que um chip foi introduzido em um iPad antes de um Mac.
O mesmo iPad foi centro de uma polêmica, graças ao seu comercial em que mostrava uma prensa industrial destruindo instrumentos criativos, como se o iPad pudesse substitui-los. A repercussão foi péssima, o que fez a Apple tirar rapidamente o comercial do ar e pedir desculpas.
E o pior é que a ideia nem era original, praticamente copiada de um outro comercial de 2008.
Junho e a WWDC
Na WWDC, a Apple apresentou a Apple Intelligence, sua nova plataforma de inteligência artificial.
As expectativas eram tão grandes que, se a Apple decidisse não apresentar nada sobre IA naquele dia, as ações poderiam despencar. O mercado consideraria que a Apple teria perdido a narrativa da inteligência artificial, o que marcaria seu fim diante a concorrência.
Por essa razão, o time de Tim Cook deu uma grande ênfase nas novidades do iOS 18 relativas à integração da inteligência artificial, mostrando várias novidades. O que ela tentou esconder é que nenhuma dessas novidades estaria disponível no lançamento da versão final do sistema.
Aliás, um novo iPhone foi lançado em setembro, dizendo que ele estava pronto para a Apple Intelligence, mesmo sendo entregue sem a IA, que só ficou disponível um mês depois.
Foi o jeito da Apple não parecer que estava tão atrás assim neste setor, o que a fez lançar as novidades de forma fragmentada durante o ano.
Os próprios engenheiros da Apple revelaram que a empresa estaria pelo menos dois anos atrasada em relação aos concorrentes na área de inteligência artificial generativa.
Pré-venda dos iPhones 16 no Brasil
Este ano mais uma vez a Apple tentou aproximar cada vez mais o lançamento mundial com o nacional e a pré-venda dos novos aparelhos começou uma semana depois do resto do mundo.
Compra da Pixelmator
Em novembro a Apple adquiriu a Pixelmator, desenvolvedora de softwares de edição de imagem, expandindo sua presença no mercado criativo. Agora a expectativa é saber o que ela pretende fazer com essa aquisição.
Normalmente demora de um ano e meio à dois anos para a Apple incorporar uma aquisição feita.
Cade exige opções de pagamento na App Store
Em novembro, o Cade determinou que a Apple oferecesse alternativas de pagamento na App Store, seguindo um pedido do Mercado Livre.
Mas em dezembro a Justiça Federal anulou a medida, dando mais tempo à Apple de se defender.
Agora, a grande expectativa é saber o que 2025 nos reserva.
Será que teremos finalmente um Apple Watch capaz de auferir a pressão arterial ou a glicose no sangue de forma não invasiva? Será que teremos novos óculos virtuais mais acessíveis, que finalmente democratizem a computação espacial? E a Apple Intelligence, será totalmente adaptada ao português ainda este ano?
Esta e outras perguntas só serão respondidas nos próximos meses. E daqui 365 dias, faremos um outro artigo aqui para comentar o que mudou. De novo. 😉