Como os adesivos que vinham na caixa do iPhone ajudaram no sucesso da Apple
A ideia simples que se tornou uma grande ferramenta de marketing para tornar a Apple mais próxima de seus usuários
Quem já comprou um produto Apple se acostumou a receber um pequeno presentinho dentro da caixa: um ou dois adesivos da maçã.
Depois do sucesso do iPhone, eles se tornaram um símbolo pop, e hoje é possível vê-los na traseira de carros ou em superfícies como laptops e mochilas.
Mas, se hoje são objeto de certa ostentação, no início eram um símbolo de resistência (sim, acredite), e me lembro muito bem da sensação de encontrar um desses adesivos atrás de um carro quando a maioria das pessoas sequer sabia o que aquela maçã significava.
Entenda agora a história dos adesivos da Apple e por que o fim de sua distribuição marca o fim de uma era.
O início da tradição
A prática de incluir adesivos nas embalagens dos produtos da Apple começou em 1977, com o lançamento do Apple II, um dos primeiros computadores pessoais da empresa.
Na época, Steve Jobs e sua equipe estavam focados em promover o Apple II como uma máquina inovadora e acessível ao público, tanto em termos de design quanto de funcionalidade.
Ele foi um dos primeiros computadores a suportar exibição em cores, o que representava uma grande vantagem competitiva.
Para destacar essa inovação, Jobs contratou a agência de publicidade de Regis McKenna, onde o diretor de arte Rob Janoff foi encarregado de criar um novo logo para a Apple.
O resultado foi o famoso logo da maçã mordida com listras coloridas, uma referência direta à capacidade de exibição em cores do Apple II.
Esse novo logo foi incorporado não apenas aos computadores, mas também aos adesivos distribuídos nas embalagens, o que ajudou a disseminar a imagem da marca de maneira eficaz.
Um marketing poderoso
Os adesivos da Apple, distribuídos com seus produtos, surgiram como uma ferramenta simples, porém poderosa, de marketing.
Ao longo dos anos, a empresa incluiu adesivos em praticamente todos os dispositivos vendidos, desde o lançamento dos primeiros Macintosh até os iPhones, iPads e MacBooks de hoje.
A ideia era oferecer aos consumidores um símbolo tangível da marca, algo que fosse fácil de usar e, ao mesmo tempo, capaz de expressar a identidade e o estilo de vida associados à Apple .
Nos anos 90, a Apple enfrentava tempos difíceis, com o Windows 95 dominando o mercado de computadores pessoais.
A comunidade de usuários da Apple era pequena, mas extremamente leal, e a adesão à marca muitas vezes transcendeu a tecnologia, tornando-se um movimento cultural.
A sensação de pertencimento e exclusividade era amplificada ao colar um adesivo da Apple em um carro, notebook ou outra superfície.
Isso gerava um sentimento de comunidade, uma espécie de “sociedade secreta” que reconhecia o valor da inovação e do design únicos da empresa.
Com o tempo, esse pequeno item promocional se tornou parte integrante da experiência de desembalar um produto da Apple.
Para muitos, abrir a caixa de um novo iPhone ou Mac não se tratava apenas de encontrar o dispositivo em si, mas de descobrir os acessórios, o cuidado com os detalhes, e claro, os adesivos inclusos.
Esse “extra” criava um laço emocional com o consumidor, algo que a Apple sempre soube explorar de forma eficaz.
O fim dos adesivos
Décadas se passaram e o mundo mudou.
Estamos enfrentando uma degradação ambiental acelerada, com a temperatura mundial aumentando a níveis que eram esperados apenas para 2050.
Muita gente se engajou no tema sustentabilidade e a Apple foi uma das empresas que mais levantou essa bandeira, prometendo se livrar totalmente da emissão de carbono até 2030.
Então, com esse objetivo tão forte, continuar distribuindo adesivos de plástico em suas embalagens deixou de fazer sentido.
Embora esses adesivos tenham um valor simbólico para muitos fãs da marca, a Apple decidiu que seu impacto ambiental, por menor que fosse, não se alinhava mais com seus valores e metas de responsabilidade ambiental.
O primeiro sinal de que isso começaria a acontecer foi no primeiro semestre desse ano, quando os novos Apple Vision Pro e iPads M4 já vieram sem o adesivo na caixa. Agora, é a vez dos novos iPhones 16, decretando de vez o final da história dos adesivos.
Apesar de entender completamente as razões da Apple não fornecer mais os adesivos na caixa de seus produtos, fica um sentimento nostálgico por toda a história que eles significaram durante todos estes anos.
A maioria das pessoas não dá importância a isso e provavelmente nem sentirá falta do “presentinho” extra. Porém, eles deixarão saudades principalmente para os usuários mais antigos.
E você? Faz coleção de adesivos da maçã? Também faz como eu, que quando vende um iPhone usado retira os adesivos da caixa para guardar? Comente aqui embaixo para eu entender se a loucura é só minha ou se há mais loucos por aí. 😉