Na propaganda tudo é maravilhoso. Vivo e Claro foram as primeiras a anunciar que já disponibilizam o chip em formato micro-SIM especialmente para o iPad e o iPhone 4, mostrando pioneirismo e preocupação com os dispositivos da Apple. Mas, apesar de muitos clientes não terem encontrado problemas, há quem esteja tendo dor de cabeça ao adotar a novidade.
O objetivo das operadoras é óbvio: cativar os clientes que já importaram os novos aparelhos e querem usá-los no Brasil. Mas o que deveria ser uma facilidade, está se tornando um martírio em alguns casos por causa de informações desencontradas dos vendedores.
Em seu site público, a Claro destaca que o micro-SIM disponibilizado serve tanto no iPad quanto no iPhone 4. Porém, tivemos acesso a um documento interno de uso exclusivo de funcionários, onde se enfatiza que o formato serve apenas para transmissão de dados e não para voz. Por que alguém iria comprar um iPhone apenas para transmissão de dados?
De fato, o desencontro de informações faz com que clientes encontrem complicações na hora de comprarem o chip. Apesar de vários lugares afirmarem que não era possível transferir um número com plano de voz, apenas dados, nós conseguimos ainda no início do mês comprar um em Brasília, que funcionou perfeitamente no iPhone 4, com voz e tudo. Ou quase. O menu de Aplicativos SIM não aparece, impossibilitando a ativação de determinados serviços, como o prefixo automático da operadora ao ligar para um número. Nas lojas procuradas por nós, eles não sabem como resolver o problema.
Na Vivo não é muito diferente. Apesar da grande maioria não encontrar nenhum tipo de problema, alguns clientes sofreram com confusões feitas pela operadora.
Em uma loja de São Paulo, nosso leitor Patrick recebeu a resposta categórica de que o micro-SIM só funcionava no iPad e não no iPhone 4. Ele então ligou para o atendimento da operadora, que deu uma informação diferente: o chip poderia sim ser usado também com voz. Ao procurar outra loja, ele conseguiu comprar e fazer a migração de seu número para o novo SIM, sem problema nenhum. Mas se não tivesse insistido, teria voltado para casa com as mãos abanando.
Nosso caso foi ainda pior. Desde que fizemos nosso teste de recepção das operadoras, estava impossível ativar o FaceTime com a operadora Vivo. Por mais que tentássemos, o serviço não ficava ativo. Ao mesmo tempo, começamos a receber uma mensagem estranha, de que um SMS não tinha sido enviado por falta de crédito, o que era bizarro visto que tínhamos crédito e não tínhamos tentado enviar nenhum torpedo.
Depois de um tempo, com as informações de que o serviço FaceTime enviava um SMS/MMS para o Reino Unido toda a vez que precisava ativar o serviço, a ficha caiu. Esta semana colocamos mais crédito e tentamos novamente, mas sem sucesso. Nada de FaceTime e centenas (literalmente) de avisos de falta de crédito.
Ontem passamos mais de uma hora em uma loja da Vivo em Porto Alegre, sem que eles conseguissem resolver nossa situação. Estamos com um chip cheio de créditos, que não faz ligação e nem envia SMS. Ironicamente, um chip de outra operadora cortado manualmente, funcionou às mil maravilhas, sem nenhum problema.
Apesar de toda a simpatia recebida ao chegarmos nas lojas, infelizmente a falta de informação dos atendentes e funcionários ainda complica a experiência do cliente, que paga para receber um serviço mas perde horas tentando resolver um problema que não deveria ser dele. Não adianta querer ser pioneiro e disponibilizar o micro-SIM antes de outros, se muitos vendedores ainda nem tem ideia do que isso seja.
Investir em formação de funcionários e melhores salários também faz parte das obrigações de toda a operadora que se preocupa em prestar o melhor serviço a seus clientes. O consumidor não pode mais arcar com problemas extras gerados pelo desencontro de informações.
Afinal, pelo preço que paga, ele tem direito a exigir um serviço, no mínimo, de primeiro mundo.
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