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Entenda como a Apple conseguiu abafar a paranóia das antenas do iPhone 4

Passadas já duas semanas da Conferência de Imprensa dada pela Apple, já podemos fazer um apanhado geral da situação e analisar o que mudou desde então.

De fato, quase não se escuta mais na mídia nenhum relato de problemas com a antena do iPhone 4. O que terá acontecido? Será que, de uma hora para outra, o aparelho começou a funcionar e não deu mais problemas?

Onde estão as supostas “centenas de pessoas” no mundo inteiro que reclamavam tanto, como pregavam os meios de comunicação?

E se o aparelho era mesmo tão ruim, por que continua em falta nas lojas, com pessoas esperando semanas para conseguir o seu?

Tudo isso é o que pretendemos analisar agora.

A verdade é que parece se comprovar que todas as notícias eram muito exageradas, originadas por uma grande histeria midiática onde cada veículo de comunicação repetia o que outro dizia.

Até mesmo instituições sérias e tradicionais do jornalismo brasileiro se deixaram levar por essa onda de falácia. Coisa semelhante já tinha acontecido no ano passado, com o caso dos “iPhones explosivos”, porém não tão intensa e agressiva quanto foi desta vez.

Tudo o que envolve o iPhone é excessivamente mediatizado. Isso é um grande trunfo para a Apple, mas também muito perigoso para ela, pois é uma faca de dois gumes.

Ela demorou demais para dar uma resposta sobre o “antennagate“, mas quando deu, tomou certas atitudes que parecem ter dado certo. Veja quais foram.

1. Mostrou que o problema sempre existiu em todos os celulares

A Apple começou usando o mesmo argumento que deu origem à paranóia, mostrando vídeos com o sinal caindo em várias marcas de celulares.

Isso deixou claro que o problema sempre existiu, mas que nunca tínhamos nos dado conta dele.

Todo o celular tem um ponto onde, se tocado, a recepção cai, mas esse ponto no iPhone 4 é bem visível, o que faz com que todo mundo toque nele para testar.

Com o iPhone 4 acontece um fenômeno muito interessante quando você o mostra a alguém: a pessoa primeiro vê a tela Retina e fica maravilhado com ela.

A segunda coisa que faz, quase que em 100% dos casos, é tocar na junção das antenas para ver se o sinal cai, coisa que dificilmente ela faria se não soubesse que as antenas estavam ali.

Erro de projeto? Não, porque se não soubesse que as antenas são externas, ninguém se daria conta do “problema”, pois no uso normal nem se percebe.

A Apple tirou os vídeos dos testes com outras marcas de seu site, mas deixou no seu canal do Youtube. Veja um deles:

https://youtu.be/iU5Ha__o0i8

Além disso, já vimos que a queda varia de acordo com a força do sinal e da região (veja nosso “Teste de recepção do iPhone 4 com as operadoras brasileiras“). No Brasil, isso parece não ser um problema.


2. Mostrou em números que o que se falava não era real

A mídia se baseou apenas em alguns vídeos na internet para criar todas as teorias de problemas; a Apple rebateu com dados reais.

Qualquer um que nunca tinha pego um iPhone 4 na mão e lia as notícias na mídia ficava com a impressão de que, por um “erro de projeto”, a maioria dos aparelhos tinha problema de recepção e perdia ligações.

Porém, os números reais desmentem isso: apenas 0,55% dos 3 milhões de compradores reclamaram de problemas de recepção para a assistência técnica oficial (que é o caminho lógico para quem enfrenta problemas com um aparelho que acabou de comprar).

A taxa de devolução do aparelho por clientes insatisfeitos foi de apenas 1,7%, o que representa 1/3 dos iPhones 3GS devolvidos nas primeiras semanas do lançamento.

Por fim, uma estatística matadora: o número de quedas de ligações com o iPhone 4 é de menos de uma a cada 100 que acontecem com o 3GS.

Como pode um “aparelho com problemas” ter números tão positivos assim?

A apresentação destes dados foi um dos responsáveis para calar a boca de boa parte da mídia.


3. Mostrou suas salas de testes de antenas

Muitos simplesmente desconsideraram que a Apple tem mais de 30 anos de experiência na indústria e que nunca faz nada pela metade.

Acusaram-na de ter lançado um produto inacabado, às pressas, sem nem mesmo testá-lo direito.

Inclusive chegaram a insinuar que só existia um responsável pelos testes, o azarado Gray Powell, engenheiro de baseband que perdeu seu protótipo em um bar, que com a confusão toda não teria podido testar direito. Ou que a Apple testava o novo aparelho sempre com capinhas, o que impossibilitou o descobrimento da “falha”.

Tudo besteira. A Apple mostrou que não brinca com esse tipo de coisa e revelou suas 17 câmaras anecóicas, cujo investimento foi de mais de 100 milhões de dólares.

Além disso, deixou claro que possui 18 cientistas e engenheiros PhD dos mais especializados na área, o que faz do pobre Gray Powell um mero coadjuvante da novela.

uma página em português para quem quiser ver vídeos e mais detalhes sobre as instalações da Apple. Vale a pena a visita.

4. Deu de presente uma capa protetora

Ninguém pode negar que a Apple foi bem generosa em seu programa de capas. Mesmo ela tendo sido bem convincente em suas explicações técnicas, ela foi “obrigada” a tomar esta atitude para calar a mídia.

E calou, pois foi uma ação inédita que nenhuma outra empresa tinha feito antes, dar capas não apenas para quem ia comprar o aparelho, mas também para quem já tinha comprado.

Pergunte ao seu amigo que possui um Nokia ou um Android, se ele ganhou uma capinha mesmo tendo também o suposto “problema” de queda de recepção ao tocar nas laterais? ;)

Além disso, a Maçã não se importou em dar capas também para quem já tinha sido reembolsado, tudo para acalmar os ânimos e deixar todo mundo feliz.

Conclusão

Depois de duas semanas, como todos podemos constatar, a mídia se acalmou e nem fala mais no assunto, comprovando o que sempre dissemos desde o começo: tudo não passava de histeria coletiva.

O iPhone 4 continua em falta nas lojas, com milhares de pessoas querendo comprá-lo. E quem consegue, nem pensa em devolvê-lo, tamanha é a satisfação com este que é o melhor iPhone já feito (segundo a Apple, o melhor produto de toda a companhia). Precisa dizer mais?

No final, parece que todo o “antennagate” já entrou para a história, virando um grande tema de estudo para profissionais de comunicação e marketing, que puderam presenciar a ascensão e queda de um dos maiores casos de influência direta da mídia na imagem de um produto.

Conteúdo próprio © Blog do iPhone

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