Para quem acha que é só no Brasil que certas coisas acontecem, está enganado. Também no país sede da Apple, a operadora AT&T ainda não liberou a função de compartilhamento de internet (tethering), introduzida no iPhone em junho com a chegada do OS 3.0.
A função, que era prometida para o final do verão do hemisfério norte, foi adiada para “o futuro”, sem data definida.
O que muitos afirmam é que a operadora na verdade não tem estrutura para aguentar um tamanho crescimento de tráfego de dados em sua rede, que entraria facilmente em colapso com a liberação do tethering.
Alguns até podem se perguntar como é que a função é permitida em smartphones de outras marcas e não no da Apple. A explicação é simples: nenhum outro aparelho é o fenômeno que é o iPhone. Desde seu lançamento nos Estados Unidos, a quantidade de acessos móveis à internet obteve um crescimento incrivelmente rápido e grande, desestabilizando toda a rede da AT&T.
Ontem mesmo o jornal New York Times publicou um artigo onde diz que a falta de capacidade da rede telefônica para aguentar o iPhone é o grande problema do celular nos EUA. Beirando a saturação, a conexão à internet é lenta e com falhas.
Segundo vários analistas, a AT&T estava completamente despreparada para suportar um massivo aumento de consumo de sua rede com um aparelho que pode realizar stream de áudio e vídeo, surfar por páginas web e ainda usar aplicativos que buscam dados na internet, como leitores RRS. Tudo isso como nenhum outro fez antes.
O pior fica para os consumidores. Um recente levantamento indicou que 34% das pessoas que rejeitam o iPhone o fazem por causa da exclusividade do aparelho com a AT&T. Mas mesmo que se decida abrir para os concorrentes, como se cogita, muitos dizem que uma mudança massiva para a Verizon, por exemplo, traria o mesmo problema de excesso de conexões.
Voltando à situação brasileira, a razão para que Claro e TIM ainda não tenham liberado o tethering poderia ser motivada pela falta de estrutura das suas redes. As operadoras continuam insistindo que é a Apple que deve liberar a função, mas segundo a Vivo, a fabricante só libera quando a rede cumpre certos requisitos de qualidade.
Pelo menos a AT&T assume que o problema é com ela. E nossas operadoras?