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Entenda por que o caso do protótipo do iPhone 4 não é só uma jogada de marketing da Apple

Muito de nossos leitores acreditam piamente que toda esta novela do protótipo do iPhone 4 seja, na verdade, uma armação da própria Apple para chamar a atenção do mundo inteiro e ganhar publicidade gratuita. Mas será que divulgando tanta informação secreta assim sobre um futuro produto, seria vantajoso para ela?

Entenda as razões técnicas que impediriam que a Apple orquestrasse algo de tamanha magnitude.

No começo deste ano, já se cogitava a possibilidade de ser a própria Apple quem fabricasse os próprios rumores, com “vazamentos controlados”. Isso faria com que a imprensa e os sites especializados sempre falassem nela, gratuitamente, mesmo em épocas entre lançamentos importantes. A teoria não é nada absurda e a estratégia é perfeita para manter o mercado sempre na expectativa.

Porém, este não foi o caso do que aconteceu com este protótipo do iPhone 4, revelado pelo Gizmodo.

Desta vez não foi a liberação lenta e gradual de informações e imagens borradas. O que vimos ontem foi a dissecação quase total do que virá no futuro iPhone, mesmo que o design final não seja este. Sabemos que já podemos contar com uma tela de maior resolução, uma câmera frontal e uma máquina fotográfica de mais megapixels e com flash embutido. Junto com uma provável adoção do processador A4, as grandes novidades do próximo modelo já foram aparentemente reveladas.

Expor os diferenciais técnicos do produto assim, tão cedo, é prejudicial taticamente para a Apple, por vários motivos.

Primeiro, o “fator boom” de anunciar as novidades e logo depois lançá-las geralmente é o que faz muita gente ficar eufórica pelo produto. Faz parte do famoso “campo de distorção de Steve Jobs“, que é aquele sentimento de “preciso comprar já esse produto!“. Sabendo muito tempo antes o que virá (no mínimo ainda faltam dois meses), quando ela anunciar publicamente as novidades, ninguém ficará assim tão surpreso.

Segundo, a concorrência. A Apple sempre foi muito imitada e por isso, sempre buscou correr na frente das outras marcas. Com esse vazamento descontrolado de informações, os concorrentes (e também os falsificadores) poderão se preparar para combater rapidamente as vantagens do novo iPhone.

John Gruber, que aparentemente é bem próximo da Apple, garante (e a lógica diz que ele está certo) que esse não foi um “vazamento controlado” de informações. Se a Maçã quisesse mesmo fazer isso, não teria escolhido o Gizmodo e sim um site mais importante, como o Wall Street Journal, por exemplo.

Ao mesmo tempo, se fosse algo para despistar sobre o que vem por aí, a decepção dos usuários seria grande, como aconteceu no lançamento do iPad. Se a companhia lançar um aparelho que não tenha câmera frontal, nem flash embutido, todos ficarão com a sensação de que faltou algo, como foi o caso do iPod touch sem câmera.

A novela continua, mas uma coisa que podemos estar praticamente certos é que tudo isso não está sendo armado pelo departamento de marketing da Apple. Ela tem muito a perder com essa liberação descontrolada de informações, todas ao mesmo tempo (e não em pequenas partes, o que seria muito mais lógico).

Pelo menos, este parece ser o raciocínio mais lógico.

Conteúdo original © Blog do iPhone

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