O blog Macmagazine publicou hoje informações que obteve junto àquela empresa (me recuso a fazer propaganda aqui) que afirma ter conseguido desbloquear o iPhone 3G. Diz a matéria que a solução seria graças ao uso de um cartão do tipo TurboSIM, que permitiria usar o chip de qualquer operadora. Se isso for verdade, não existe desbloqueio nenhum nesta história toda.
Os cartões tipo TurboSIM foram muito usados na época que ainda não havia desbloqueio para os aparelhos que vinham com o firmware 1.1.2 de fábrica. Existem vários tipos, mas em geral trata-se de uma espécie de adesivo que você cola no chip e que faz o telefone pensar que o cartão SIM é o original. Não é um real desbloqueio, pois ele apenas engana o iPhone e pode ser desabilitado pela Apple em uma posterior atualização do firmware.
Alguns dias atrás (portanto antes da empresa brasileira) os usuários do fórum americano hackintosh.org tentaram o mesmo método usado nas versões precedentes, mas conseguiram fazê-lo funcionar apenas parcialmente no novo iPhone. Muitas funções restam limitadas, como a impossibilidade de usar o SMS e a rede 3G. Ora, ora, parece muito com a declaração feita pela tal empresa, que afirma que “ainda possui dificuldade na transferência de dados pela rede 3G“…
Se o tal “desbloqueio brasileiro” for baseado na técnica copiada do site Hackintosh, ele ainda não é uma solução viável. Não é um desbloqueio verdadeiro, pois só ativa parte do aparelho, além de deixá-lo muito instável. Pode servir para mostrar o iPhone em um vídeo durante algum minutos, mas não para usá-lo no dia-a-dia.
Outra coisa que não bate é que eles afirmam que seu “método pioneiro” funciona somente no 3G. Ué? E o vídeo anterior que mostrava um iPhone EDGE, desbloquearam como? Hummm…
Ou seja, a minha impressão continua a mesma: estão querendo fazer nome enquanto não sai uma maneira efetiva (seja pela Dev Team, seja pelo Geohot) de desbloquear o 3G, para aí sim oferecer o desbloqueio propriamente dito (usando a solução criada por outros para isso).
Não me parece muito ético esse tipo de prática, apesar de concordar que, como técnica de publicidade, é bem eficaz.