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Eis a razão do A16 Bionic do iPhone 14 Pro não ter evoluído tanto quanto poderia

Em setembro nós comentamos aqui sobre a baixa evolução do processador do iPhone 14 Pro, o A16 Bionic em relação à geração anterior.

Na época até questionamos a razão do A16 e o A15 não serem tão diferentes, supondo inclusive que poderia ter sido uma opção consciente da própria Apple, talvez querendo guardar ideias na manga enquanto a concorrência não a alcança.

Porém, segundo informações de bastidores, a causa pode ter sido a debandada de importantes engenheiros da equipe de chips da empresa, o que reduziu seu ritmo de desenvolvimento.

Um artigo do site The Information intitulado “Inside Apple’s War for Chip Talent” (Por dentro da guerra por talentos em chips) comenta como a empresa está tendo dificuldades em segurar sua talentosa equipe responsável pela criação dos chips Apple Silicon.

E com a saída de diversos nomes importantes, a capacidade de propor evoluções é reduzida drasticamente.

Por mais de uma década, o grupo de engenharia de silício da Apple ajudou a dar à Apple uma vantagem competitiva em smartphones e laptops.

Estreando no A4 do iPhone 4 e depois desenvolvendo os próprios processadores para Macs, a empresa conseguiu ficar independente da Intel e outros fabricantes de chips, conseguindo melhorar a performance e o consumo de bateria.

Mas nos últimos anos este grupo de engenharia de silício começou a se desmanchar, criando um grande problema para a Apple.

Perda de talentos

Desde 2019, alguns engenheiros do time estão se desligando da empresa para se aventurarem em startups próprias, ou trabalharem ganhando mais em outras empresas.

Foi o caso do principal designer de CPU, Gerard Williams III, que saiu para administrar sua própria startup, a Nuvia.

A Apple colocou em seu lugar Mike Filippo. Porém, ele acabou entrando em confronto com outros engenheiros e saiu no início de 2022 para se juntar à Microsoft. Desde então, a Apple não nomeou um substituto.

E essa inconstância afetou diretamente o desenvolvimento do A16 Bionic.

Chip novo, GPU velha

Os engenheiros que ficaram passaram meses desenvolvendo o que seria o novo chip do iPhone 14 Pro. E eles até planejaram grandes mudanças.

A GPU do novo processador teria uma grande evolução, com diversos recursos. Um deles chamado de Ray Tracing, para gráficos tridimensionais avançados.

Estava tudo lindo e maravilhoso, mas o tempo chegou ao fim e a equipe nova (sem os talentos de antes) não conseguiu resolver problemas de excesso de consumo de energia e superaquecimento. Isso significava que o iPhone 14 Pro iria gastar mais bateria e ficar mais quente.

Prazo final atingido e a direção foi obrigada a abortar as evoluções e adotar uma engenharia de GPU bastante similar a do chip do ano anterior, o A15 Bionic.

E é por essa razão que muitos testes apontam evoluções bem menores que nos outros anos no modelo de 2022.

Futuro incerto

Agora a missão da Apple é reorganizar sua equipe de engenheiros de silício para tornar o grupo coeso novamente, com mais membros talentosos.

O desafio é justamente encontrar estes membros e fazer com que eles permaneçam trabalhando para a empresa.

A Apple apostou forte no desenvolvimento de seus próprios processadores, com resultados excelentes até agora. Por isso, ela não pode perder este espaço que conquistou, pois seria um retrocesso muito grande.

A torcida fica para que ela seja rápida nessa reorganização, para que o próximo “iPhone 15 Pro” traga realmente evoluções que nos impressionem.

Fonte
The Information

5 Comentários

  1. Somado a isto, a planta de fabricação de chips vai migrar para os EUA.
    Talvez eles tenham preferido implementar mudanças mais significativas na linha de produção somente nessas novas instalações. Faz sentido.

  2. Vai chegar um momento em que a litografia dos processadores não poderá ser reduzida. Se brincar, vão acabar aumentando os processadores de tamanho novamente.

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