Gradiente perde mais uma na briga pela marca iPhone

A brasileira perde nova rodada contra a Apple no TRF2 pela marca “iPhone”.

Por Kiko Martins 5 min de leitura

A disputa judicial entre a Gradiente e a Apple pelo direito de uso da marca “iPhone” no Brasil ganhou mais um capítulo com uma nova derrota da fabricante brasileira.

A decisão recente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2) rejeitou o pedido da Gradiente para anular o registro da marca “iPhone” pela Apple.

Com isso, a batalha que se arrasta há mais de uma década e envolve questões complexas de propriedade industrial parece pender cada vez mais a favor da Apple.

A origem da disputa: o registro da marca pela Gradiente

A história da briga pelo uso do nome “iPhone” no Brasil começa muito antes do smartphone da Apple ser lançado.

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Em 2000, a Gradiente, através de sua controladora IGB Eletrônica S.A., solicitou o registro da marca “G Gradiente Iphone” ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

O pedido, porém, foi aprovado apenas em 2008 — um ano após o lançamento do iPhone pela Apple no mercado internacional e em um momento em que o dispositivo já havia conquistado popularidade em diversos países, incluindo o Brasil.

A Gradiente, alegando direito de precedência no uso do nome, lançou em 2012 um smartphone utilizando a marca “Gradiente Iphone”.

As ações no TRF2: nulidade e caducidade

O caso foi parar na Justiça e se desdobrou em duas ações principais no TRF2.

A primeira, movida pela Gradiente, pedia a nulidade da marca “iPhone” registrada pela Apple no Brasil, argumentando que o pedido ao INPI foi feito muito antes de a Apple lançar seu produto globalmente.

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A Gradiente insistia que, por ter solicitado o registro da marca em 2000, deveria ter o direito de exclusividade no país.

Contudo, o TRF2 manteve a decisão de primeira instância e rejeitou o pedido da Gradiente.

O relator do caso, desembargador federal Wanderley Sanan, justificou a decisão afirmando que, apesar de as duas empresas explorarem o mesmo segmento de mercado, os elementos das marcas — tanto o nome quanto os aspectos visuais — são suficientemente diferentes para não causarem confusão entre os consumidores.

Isso indicou que, para a Justiça, a marca “iPhone” da Apple e “G Gradiente Iphone” podem coexistir sem associação indevida.

A tentativa de caducidade movida pela Apple

Em paralelo, a Apple também entrou com uma ação própria contra a Gradiente.

O objetivo da empresa americana era obter a caducidade do registro da marca “G Gradiente Iphone” com base no artigo 143 da Lei de Propriedade Industrial.

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Segundo a legislação, uma marca registrada no INPI perde sua validade se não for usada comercialmente no Brasil em até cinco anos. A Apple alegou que a Gradiente não utilizou a marca no prazo estipulado e, portanto, ela deveria ser anulada.

Inicialmente, a Apple obteve uma vitória nessa questão, mas a Gradiente recorreu. Em julgamento recente, o TRF2 decidiu anular a sentença anterior e redistribuir o processo para uma vara especializada, para nova instrução e julgamento.

Segundo a decisão, a ação de caducidade proposta pela Apple não poderia ter sido julgada em conjunto com o pedido de nulidade feito pela Gradiente, configurando um erro processual.

Esse revés indica que, apesar de a Apple estar vencendo em termos de registro de marca, a questão da caducidade ainda não foi totalmente encerrada e poderá ser revista em nova análise.

A posição do STF

O conflito entre Gradiente e Apple não se limita ao TRF2.

Existe também um recurso em tramitação no Supremo Tribunal Federal (STF), que poderá definir, de forma definitiva, a titularidade da marca “iPhone” no Brasil.

Esse recurso discute a exclusividade da propriedade industrial no caso de demora na concessão de registro pelo INPI, considerando o uso mundialmente consagrado da marca pela Apple.

A decisão do STF, por ter repercussão geral, servirá como orientação para todas as instâncias do Judiciário em casos similares.

A definição do STF será crucial para determinar se a Gradiente tem o direito de usar a marca “iPhone” no Brasil ou se a Apple será considerada a única detentora do nome no país.

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Kiko é um especialista em tecnologia com vasta experiência em dispositivos Apple, especialmente iPhones. Com conhecimento profundo e constantemente atualizado sobre todas as gerações de iPhones, ele dedica-se a explorar funcionalidades avançadas e a descobrir novas maneiras de otimizar a experiência do usuário. É comprometido em fornecer informações precisas, úteis e confiáveis para ajudar os usuários a aproveitarem ao máximo seus dispositivos.
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