Na última sexta-feira (20), a Apple deu início à sua tradicional campanha de volta às aulas nos Estados Unidos, conhecida como Back to School. E junto com ela veio um vídeo promocional que, para muitos, rapidamente se tornou um dos maiores deslizes publicitários da empresa nos últimos anos.
O vídeo é tão chato e me lembrou tanto as campanhas fraquinhas da Microsoft nos anos 90, que o BDI nem se deu ao trabalho de divulgar.
O vídeo, com cerca de 7 minutos de duração, era estrelado pelo comediante Martin Herlihy e tinha uma proposta curiosa: ensinar estudantes a convencer seus pais a comprar um MacBook para a faculdade, em vez de um laptop com Windows.
Entre os argumentos apresentados estavam temas como segurança digital, saúde postural, durabilidade e custo-benefício a longo prazo.
Além do vídeo, a Apple lançou também um kit de slides personalizáveis — batizado de Parent Presentation — com o título: “45 razões incontestáveis para ter um Mac na faculdade”.
“Cringe” e humor forçado
A reação do público foi quase instantânea. Nas redes sociais e fóruns como o Reddit, o vídeo foi duramente criticado.
Muitos usuários chamaram o comercial de “o mais cringe da internet naquele dia”, enquanto outros disseram que a tentativa de fazer humor propositalmente constrangedor acabou resultando em um… constrangimento real.
Alguns comentários chegaram a dizer que a Apple parecia estar usando táticas manipulativas, com um tom que lembrava vendedores de carros populares tentando empurrar um produto a qualquer custo.
Outro ponto criticado foi o formato: longo demais para o público jovem, mal adaptado para plataformas como TikTok ou Instagram, e com um ritmo que parecia desconectado da forma como os estudantes consomem conteúdo hoje em dia.
Retirada rápida e discreta
Menos de 24 horas após a publicação, a Apple tornou o vídeo privado no YouTube, sem qualquer explicação oficial.
Além disso, o material foi discretamente movido para o final da página da campanha “College Students” no site oficial da empresa — um gesto que muitos interpretaram como uma tentativa de “enterrar” o episódio.
Sites como MacRumors e Tech-Ish apontaram que a decisão de remoção foi uma resposta direta à enxurrada de críticas negativas que o comercial recebeu em tão pouco tempo.
Opiniões de especialistas: um erro de tom e formato
A mídia especializada também não poupou críticas. O site The Verge classificou o vídeo como “difícil de rotular”, questionando se a proposta era boa ou apenas um grande erro por ser longo demais e nada amigável para o consumo mobile.
Já o Tech-Ish foi mais direto: chamou a campanha de “um fracasso espetacular”, criticando duramente a ideia de ensinar estudantes a usar “táticas de venda manipulativas” para convencer os próprios pais.
Longe da Apple que conhecemos
Para muitos, o vídeo fugiu completamente da estética, do tom e da sutileza que sempre marcaram a comunicação da Apple.
Comparações com a icônica campanha “I’m a Mac” foram inevitáveis — afinal, aquela campanha também fazia piadas com o Windows, mas de forma leve, inteligente e com humor bem dosado.
Dessa vez, o que se viu foi um comercial considerado artificial, cansativo e desconectado do público-alvo.
Ainda assim, algumas pessoas defenderam a ideia central da campanha: mostrar os benefícios reais de um MacBook para a vida acadêmica. O problema, segundo a maioria, foi mesmo a execução.
Outro ponto levantado por alguns críticos: o foco da Apple em atacar o Windows parece datado.
Hoje, o principal concorrente no ambiente estudantil, especialmente nos Estados Unidos, são os Chromebooks — usados em massa nas escolas.