Apple irá adotar o RCS no iMessage por pressão da China, não da União Europeia
A Apple anunciou recentemente sua decisão de adotar o suporte ao padrão de mensagens RCS (Rich Communication Services) em seus dispositivos, uma mudança significativa em sua postura anterior.
Enquanto muitos especulavam que essa mudança poderia estar relacionada às regulamentações da União Europeia (UE), evidências sugerem que na verdade foi a pressão da China que influenciou essa decisão.
Segundo John Gruber, que sempre foi alguém com fortes contatos dentro da Apple, a nova legislação chinesa só permitirá o registro de novos smartphones 5G se eles forem compatíveis com RCS. E a Apple terá que se adaptar se não quiser perder o gigantesco mercado chinês no lançamento do iPhone 16.
O protocolo RCS
O RCS é um padrão de mensagens que oferece recursos avançados, como chats em grupo, compartilhamento de mídia de alta qualidade e indicadores de digitação, e é considerado uma evolução em relação ao SMS tradicional.
No entanto, o RCS não oferece criptografia de ponta a ponta, o que levanta preocupações com a privacidade e segurança dos usuários.
Enquanto a UE discutia regulamentações relacionadas à interoperabilidade de plataformas de mensagens e ao papel de gatekeeper de empresas como a Apple, a China estava avançando com suas próprias medidas regulatórias.
Os operadores de telecomunicações chineses têm promovido o RCS há anos, e o governo chinês recentemente começou a exigir que dispositivos 5G suportem o RCS como parte do processo de certificação.
Essa medida da China mostra uma abordagem mais assertiva na definição de regulamentações para alcançar objetivos específicos, enquanto a UE enfrenta desafios em sua implementação regulatória.
A mudança da Apple em relação ao RCS, portanto, parece ter sido motivada pela pressão da China, que busca impulsionar a adoção desse padrão de mensagens em seus mercados doméstico e global.
Embora a Apple possa preferir não adotar novos padrões de mensagens que não ofereçam criptografia de ponta a ponta ou que sejam controlados por operadoras de telecomunicações, a pressão da China parece ter sido decisiva.