A Apple nunca foi perfeita e todos nós sabemos disso. Apesar da excelência de seus produtos, no quesito garantia ela ainda deixa muito a desejar no Brasil, não prestando uma real assistência em caso de iPhones não comprados no país. Mas se pode servir de consolo, o problema não é especificamente conosco, pois um grupo de consumidores na Europa está denunciando o desrespeito às leis locais por parte da Maçã.
A lei europeia é clara: todo o produto vendido em território europeu deve ser coberto por uma garantia de 2 anos. Mas segundo o jornal La Repubblica, um grupo de italianos entrou com um pedido de investigação no órgão de defesa do consumidor, denunciando que a Apple adota apenas a garantia internacional em seus produtos, que é de um ano (como nos EUA). Depois deste prazo, ela joga toda a responsabilidade nas operadoras, exatamente como faz no Brasil.
O problema é que as operadoras (e outros distribuidores, no caso de computadores) se negam a cobrir o segundo ano da garantia, deixando o consumidor na mão. É mais ou menos o que acontece no Brasil, quando se compra um iPhone em uma loja online que não seja diretamente da operadora.
Já contamos aqui histórias de leitores que compraram seu aparelho em redes de varejo, mas na hora de garantir algum defeito, sofreram com o empurra-empurra de responsabilidade. A Apple, no entanto, se exime da garantia em nosso território, deixando a “batata quente” nas mãos das operadoras.
O problema maior é para quem tem um aparelho legitimamente comprado em outro país ou cuja garantia expirou, que fica sem ter quem procurar caso quebrem o vidro ou tenham problemas com o dispositivo. No ano passado, a Anatel até tentou pressionar a empresa americana, mas uma solução de fachada colocou panos quentes na situação. A Apple agora recebe aparelhos fora da garantia através de uma parceria com a Itautec, mas esta cobra uma questionável taxa de R$800 independente do problema que o aparelho tiver. Na prática, não é uma solução acessível a todos, e no caso de um iPhone 3GS, é quase o preço de um novo.
A questão na Itália será julgada, e caso a Apple perca, isso poderá ter repercussões em toda a Europa. Que isso sirva para que a Maçã comece a ter mais respeito pelas leis locais, torcendo para que a repercussão disso chegue também em nossas terras.