É até engraçado rever os comentários de nosso artigo do dia 27 de janeiro de 2010, quando anunciávamos pela primeira vez o então novíssimo iPad:
“Este iPad é simplesmente um iPhone de Itú”.
“Como ganhar dinheiro: basta um tijolo e uma maçã”.
“Sim, é um iPod touch gigante”.
“Deram Biotônico Fontoura pro iPod touch”.
“Vi produtos na CES 2010 bem mais empolgantes”.
“Não acredito nem que concorra com um semelhante com Windows 7 embarcado”.
“Hoje anunciaram o Newton do seculo XXI…. A Apple acha que a gente é bobo!”
“O maior fiasco da história da Apple”.
Um ano se passou e muita coisa aconteceu, com o iPad se firmando como um estrondoso sucesso de vendas e revolucionando o mercado de tablets mundial, decepcionando a previsão de vários “analistas“.
Não foram apenas alguns leitores que não acreditaram inicialmente no tablet da Apple: diversos especialistas davam como produto que “já nascia morto”, por não ter elementos óbvios como entrada USB, câmera frontal e multi-tarefa. Mas o preço imbatível (todos esperavam em torno de US$1.000) e a praticidade de uso fizeram com que o iPad fosse eleito como uma das maiores inovações de 2010. Ele não só nasceu bem vivo e forte, como matou vários candidatos concorrentes que nem chegaram a sair do papel. Não deixe de rever nossa previsão sobre isso há mais de um ano.
As vendas já começaram com números além dos esperados, obrigando a Apple a adiar em um mês e meio a data de lançamento em outros países. O problema de abastecimento durou até o terceiro trimestre do ano, pois tudo o que a Apple fabricava, vendia. Em 2010, foram 14,8 milhões de aparelhos vendidos, número que o iPhone demorou dois anos e meio para atingir.
A Apple foi inovadora ao perceber que um tablet não era e nem poderia estar na mesma categoria que um laptop ou computador normal e foi aí que ela criou uma nova categoria de produto, situada entre o smartphone e o computador (coisa que os concorrentes falharam em perceber). De fato, o iPad ocupa hoje uma posição que nenhum outro aparelho ocupava na vida de quem o possui. Só quem tem um sabe disso.
Quanto aos concorrentes, eles ainda tentam se recuperar do baque inicial. Praticamente todos os projetos apresentados na CES 2010 foram cancelados e refeitos do zero, tentando imitar as características do iPad, até hoje sem muito sucesso. A única coisa que conseguem é fazer uma tela menor, com preço mais caro e com um sistema (Android) não adaptado para tablets. Aproveitaram para colocar algumas características que faltam no produto da Maçã, como câmera e compatibilidade com Flash, mas mesmo esses pequenos detalhes (sim, pequenos detalhes) podem ser facilmente superados com um iPad 2. Resultado disso é que 90% do mercado em 2010 foi da Apple.
Agora é esperar o que nos reserva 2011 e as novidades do futuro iPad 2 (que estima-se será lançado entre março e abril). Claro que a obsolência programada tão comentada existe sim (ninguém aqui é ingênuo), e a Apple poderia ter colocado algumas características já no primeiro modelo, como câmera frontal. Mas no mundo capitalista em que vivemos, infelizmente não tem como ser de outra maneira. A Apple claramente deixou algumas cartas na manga para a segunda versão de seu tablet, para bater a concorrência que com certeza correria atrás.
Preparados para a continuação da revolução? Não perca a segunda parte deste artigo, daqui a um ano. ;)
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