Verdade seja dita. Eu posso ter todos os defeitos do mundo, mas quando me apresentam bons argumentos, não tenho problema em reavaliar alguns de meus conceitos. E pela primeira vez temos dados concretos sobre o caso.
O Engadget foi o primeiro site que fez uma investigação séria sobre o caso do “desbloqueio brasileiro” (sic). Eles enviaram uma equipe para o Brasil com o objetivo de averiguar com os próprios olhos o que o mundo inteiro repete sem analisar desde segunda-feira.
Eles afirmam que testaram o método de ativação brasileiro em um iPhone 3G canadense que eles mesmo trouxeram, e funcionou normalmente com um chip da TIM Brasil através do adaptador programado pela empresa brasileira. Inclusive esse método não precisa nem mesmo de um jailbreak prévio no aparelho, como era necessário para as versões anteriores do firmware. O que me impressionou também foi que antigamente essas soluções eram específicas para um determinado país (tipo, se fosse programada para um aparelho AT&T, não funcionaria em um europeu). Nesse caso, funcionou tanto no americano quanto no canadense.
Com isso, não há como negar que, de fato, os brasileiros conseguiram uma maneira de programar uma TurboSIM para que funcione em um modelo 3G. A título de informação, os hackers da Dev Team não acreditavam que isso seria possível devido às mudanças que a Apple fez no processo de autenticação do chip.
O Engadget não detalhou se realizou testes mais profundos com transferência de dados/3G, nem se o tempo foi suficiente para perceber a estabilidade do aparelho.
Isso não invalida os questionamentos que fizemos aqui no blog, mas pelo menos certifica de toda essa história não é uma farsa. Os brasileiros foram os primeiros a conseguir fazer funcionar um iPhone 3G com o chip de uma operadora não oficial. Isso é um fato.
Podemos questionar todo o resto (ética, instabilidade, marketing, etc), mais o fato deles terem conseguido pelo menos um começo de solução, isso não tem como discordar (a não ser que eles sejam tão bons que conseguiram iludir até mesmo os americanos, mas eu prefiro não acreditar nessa hipótese).
É uma pena somente que seja uma descoberta com um objetivo comercial, o que faz com que os detalhes do processo não sejam liberados. Se fosse uma solução open source, a comunidade poderia fazer evoluir muito mais rapidamente, fazendo com que um método estável fosse desenvolvido. Da maneira que está, o pessoal do DesbloqueioBR terá que procurar sozinho uma forma de deixar a solução efetivamente funcional para o grande público, o que pode demorar mais tempo que o desbloqueio gratuito do Dev Team.