Polícia Civil explica por que não pode usar geolocalização para recuperar iPhones roubados
Desde que a Apple lançou o recurso Buscar Meu iPhone (Find My), muitas histórias de iPhones roubados recuperados ganharam as páginas dos noticiários, pois a função permite saber onde o aparelho está. Inclusive isso foi ampliado para os AirTags e até mesmo AirPods.
Mas muita gente reclama da passividade dos policiais em diversos casos que, mesmo sabendo onde o aparelho está, se recusam a ir até o lugar para prender quem o roubou.
Ao portal UOL a Polícia Civil explicou a razão da corporação não ir atrás da localização em diversos casos. Dependendo da situação, eles são impedidos por lei.
Buscar Meu iPhone
A função de geolocalização do aparelho é tão antiga que foi anunciada pelo próprio Steve Jobs, em 2009.
Naquele tempo, o iOS nem tinha esse nome. A função foi lançada no iPhoneOS 3.0 e era exclusiva para aqueles que tinham uma assinatura do MobileMe (US$99/ano).
Com a mudança para o iCloud, o Buscar foi liberado para todos os usuários, sem custos. E foi então que a função se popularizou como meio de encontrar um iPhone roubado.
Mas em diversos casos, os usuários se lamentam dos policiais não usarem o recurso para resolver o caso.
Limitações policiais
Em diversas oportunidades, vimos nossos leitores reclamarem do fato da polícia nem sempre usar as informações de geolocalização para irem atrás dos bandidos.

Mas para a coluna Tilt, do UOL, Polícia Civil explicou que seus agentes não podem entrar em locais particulares sem autorização da Justiça, precedida de provas.
Realmente as polícias têm essa dificuldade. Se o celular for localizado num prédio, não se pode entrar porque o imóvel tem sua proteção constitucional. A busca e apreensão genérica não é factível para o direito. Então não é possível pedir autorização para um endereço genérico para imóveis aleatórios.
Para complicar ainda mais, a geolocalização dos celulares não é precisa o suficiente para servir de prova, ainda mais no Brasil. Além de algumas regiões o GPS apontar erro de vários metros, em casos em que ele aponta um edifício fica impossível saber em qual apartamento ou sala comercial ele está apontando.
Se os policiais entrarem em um apartamento errado, sem mandado, podem respondem por abuso de autoridade e violação de domicílio, mesmo que seja comercial.
Apesar dessas limitações, as autoridades reforçam que não se deve ir por conta própria ao local onde o criminoso está sendo localizado, pois isso coloca em risco a integridade física da pessoa. Sempre é recomendado registrar um boletim de ocorrência.
É entendível a colocação da Polícia Civil, mas ao mesmo tempo é repugnante a forma com que às vitimas de um roubo/ furto são tratadas pelos policiais. De forma nítida, fica evidente durante a realização do Boletim de Ocorrência que, não passamos de uma mais uma vítima que teve o seu aparelho roubado, para não dizer: mais um b3st@ que perdeu o seu smartphone. Total descaso.
Tive um iPhone 6S, um iPhone 14 Pro Max e um AirPods Pro roubados em menos de 02 anos e até o presente momento, não obtive nenhum retorno por parte dos policiais. Ou seja, a realização do Boletim de Ocorrência tem uma única serventia: servir de estatística para os tabloides de notícias.
Mesmo com todas as evidências do acontecimento em mãos, como por exemplo: a geolocalização, imagens de câmera de segurança e testemunhas, elas não possuem nenhuma serventia para solução do ocorrido. Nos restando apenas o “assentimento” de que não veremos nossos aparelhos novamente.
Pior ainda é receber ameaças em troca da sua senha do iCloud para que eles possam desbloquear e revender o aparelho. Quase ninguém lembra de setar para NÃO exibir mensagens na tela de bloqueio sem a necessidade de desbloquear o aparelho, ou mesmo permite que todo tipo de mensagem chegue lá. Prato cheio para descobrirem sobre sua família, trabalho e tudo o mais.
🤡 – O celular tá aqui ó!
👮♂️ – Não podemos entrar lá e prender
🤡 – Então vou lá pegar os caras
👮♂️ – Não recomendo e se você invadir te prendo por invasão a domicílio
Infelizmente a população começa a tomar atitude por conta própria pq só um lado está com vantagem. Aí a sociedade começa a ruir.
Se não podem entrar no imóvel sem um mandado, fiquem à espreita e peguem o ladrão quando ele sair à rua…….
Sim, havia lido essa reportagem e confesso que não tinha pensado por esse ponto de vista.
Mas há casos onde o local se torna um ponto de armazenamento de vários aparelhos. Esses poderiam ter investigação da movimentação no entorno, pelo menos.
No passado disseram que o rastreamento Beacon ia trazer uma grande precisão, inclusive no mapeamento de cômodos. Mas não vejo se falar disso atualmente.
Resumindo o crime para roubo de celulares compensa, pois existe duas coisas juntas nessa questão, uma é por conta do judiciário e outra é a má vontade por parte da própria policia, em sua grande maioria é claro.
Balela, depois de décadas de inércia, acredita-se que caras são sustentados pelos traficantes, recebem quantias altas para serem coniventes e facilitar o roubo, tráfico, receptação e venda de produtos ou peças roubadas. O centro de São Paulo é a prova real disso. Lá o vagabundo rouba, vende e circula livremente com a certeza de que está protegido.