A iniciativa Celular Seguro está longe de ser perfeita para casos de roubos de iPhone
O aplicativo governamental “Celular Seguro”, desenvolvido para inutilizar telefones furtados, tem enfrentado críticas desde o início de sua operação.
Apesar de registrar mais de 270 mil usuários em apenas um dia, a plataforma não oferece uma segurança completa, de acordo com especialistas.
Uma das principais preocupações levantadas é o tempo de espera para o bloqueio efetivo do aparelho, especialmente em parcerias com bancos e outros aplicativos.
Por mais que o proprietário do celular roubado seja rápida em notificar o sistema, demora até seis horas para notificar as operadoras e os bancos. E o bloqueio do IMEI pode levar até 24h após a notificação.
Neste tempo (que é uma eternidade), o ladrão já fez tudo o que tinha que fazer no celular, inclusive limpar todas as contas bancárias do proprietário.
Como já apontado aqui no BDI, o aplicativo não tem a capacidade de bloquear o sistema e nem interferir em outros aplicativos, o que o torna ineficaz como método de bloqueio do celular.
O furto e roubo de celulares atingiu quase 1 milhão de casos em 2022, conforme relatório do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, sendo São Paulo a cidade mais afetada, com um aumento de 19% em relação a 2021.
Solução da Apple
Por esses motivos, as melhores alternativas devem vir diretamente dos próprios fabricantes, que gerenciam o sistema operacional dos celulares, e não dos governos.
A Apple está introduzindo uma nova funcionalidade de segurança, denominada “Proteção de Dispositivo Roubado“, no iOS 17.3. Essa iniciativa visa proporcionar uma camada adicional de segurança aos usuários de iPhones.
A funcionalidade requer autenticações biométricas, como escaneamento facial ou impressões digitais, para acessar funções críticas do telefone e estabelece três camadas de segurança adicionais, incluindo autenticação facial para acessar senhas, atraso intencional para impedir alterações indesejadas e a capacidade de remover remotamente todo o conteúdo do iPhone em casos de perda ou roubo.
Há muito o que melhorar
Embora o “Celular Seguro” tenha sido elogiado como uma iniciativa louvável, as críticas apontam para a necessidade de ajustes rápidos a fim de aprimorar a eficácia e abordar as preocupações de segurança levantadas pelos especialistas.
Demorar até 6 horas para notificar bancos e operadoras parece algo bastante ineficaz se a intenção for desincentivar criminosos a continuarem roubando aparelhos.
Não basta boa vontade neste caso, é preciso uma solução mais eficiente. E por enquanto, a Apple (por ser quem faz o iOS) parece estar mais perto disso do que qualquer outra.