Testamos o Uber, o aplicativo de motorista particular que está incomodando os táxis
Ultimamente tem-se falado bastante de um aplicativo que mudou a maneira de muita gente se locomover pelas cidades. O Uber, que disponibiliza um serviço diferenciado de motorista particular que, além de geralmente ser muito mais confortável que um táxi comum, em muitos casos também custa menos.
Nós testamos o serviço em São Paulo e contaremos agora como foi nossa experiência.
O serviço
No princípio, o conceito assusta. “Como assim motorista particular? Eu não sou rico!“. Mas com o tempo, percebe-se que a proposta é bem mais simples do que parece ser.
O objetivo do Uber é transportar pessoas de um ponto a outro da cidade, com um conforto e qualidade que não estamos acostumados a ver normalmente em transportes públicos no Brasil. E por um preço bem acessível.
O diferencial é que os motoristas não são funcionários do Uber e sim parceiros; são profissionais geralmente que já trabalharam na área de transportes e que agora querem viver de forma autônoma, transportando passageiros. Mas não pense que é fácil ser aceito pelo Uber: os motoristas que solicitam fazer parte do serviço precisam primeiro passar por um rigoroso controle de avaliação.
Pelo que nos contou o André, o motorista que nos levou durante nosso teste, o Uber é extremamente “chato” com diversos detalhes referentes ao motorista. Antes de tudo, ele não pode ter nenhum antecedente criminal e precisa estar em dia com seus impostos e documentação. Além disso, se ele acumular muitos pontos na carteira, é automaticamente desligado do serviço. O veículo, que é de propriedade do motorista, também deve seguir alguns requisitos mínimos para ser aceito, como conforto e segurança.
O padrão de qualidade
Além das exigências do serviço, a qualidade também é incentivada pelo sistema de avaliação no aplicativo. Após a corrida, o cliente deve dar uma nota ao motorista, com estrelas de 1 a 5. Se o profissional receber muitas avaliações baixas, ele é desligado do Uber e não poderá mais pegar passageiros, o que demonstra a preocupação da empresa com a satisfação do cliente.
Não há um uniforme obrigatório, mas o próprio Uber sugere aos motoristas que estejam bem vestidos, para causar uma boa impressão ao cliente. Acessórios extras, como água gelada, revistas e até iPads (em alguns casos) também são artifícios para incentivar o usuário a dar nota máxima, e quem ganha com isso somos nós, consumidores.
O Uber exige que todos os carros sejam de determinada categoria. Precisam ser do modelo sedan, novo, com ar condicionado e bancos de couro. Nós viajamos em um Hyundai Azera, bem confortável, e pagamos menos que um taxi por isso. Mais adiante eu explicarei isto com mais detalhes.
A polêmica
O Uber nasceu em 2009 com a pretensão de oferecer um serviço rápido de motorista particular com um simples toque no aplicativo. E desde então gerou polêmica por onde passou.
Isso porque seu objetivo briga diretamente com uma categoria presente no mundo inteiro: os taxistas. Praticamente em todas as cidades em que o Uber foi implementado, houve protestos contra ele. No Brasil, não foi diferente.
Têm-se ouvido muito ultimamente notícias sobre a polêmica que o Uber está causando em algumas cidades brasileiras. Isso porque os taxistas estão revoltados com a perda de clientes, alguns infelizmente partindo para a violência e ameaçando os motoristas dos carros pretos. Eles alegam que o serviço é ilegal, o que não é verdade.
Na realidade, não há no Brasil uma lei que regulamente serviços como o Uber. A legislação prevê exigências para o transporte público (taxis), mas não para transporte privado. Enquanto não houver leis regulamentando isso, o aplicativo não está irregular.
Enquanto isso, uma parte dos taxistas tenta fazer terrorismo, espalhando histórias distorcidas. Se ouve comentários do tipo “No Brasil isto não funciona, pois não dá para saber quem está dirigindo. Pode ser qualquer um“. Na prática, vimos que não é bem assim e a empresa seleciona muito quem pode ou não trabalhar com eles. Se formos analisar, em determinadas cidades do país corremos mais riscos ao pegar um táxi na rua, em que realmente não sabemos quem está dentro. No Uber, você fica sabendo a ficha do motorista antes mesmo dele chegar.
É claro que há muitos taxis que prestam serviço de qualidade nas principais cidades brasileiras. Em São Paulo mesmo já presenciamos uma ótima experiência com taxis que tinham conforto e agilidade no transporte, realizando o trajeto de forma rápida e eficiente. Mas como tudo depende exclusivamente do motorista que pegarmos, acaba virando uma questão de sorte. Já o sistema de controle e avaliação do Uber faz com que a tendência seja sempre ter uma ótima experiência.
Vantagens
Além do conforto que geralmente é maior, há diversos detalhes que fazem a diferença no Uber. O fato do aplicativo gerenciar tudo é ótimo, pois ele realmente facilita a vida do passageiro. Através dele, você sabe exatamente o trajeto que irá realizar e mais ou menos quanto vai pagar pela viagem, sem surpresas. Você sabe também o modelo do carro em que irá viajar, assim como os dados do motorista, antes mesmo do carro chegar.
A qualidade dos carros também é um fator a ser considerado, pois para taxis com o mesmo padrão, os preços geralmente são mais caros.
Você fica com um histórico no aplicativo com todas as viagens que fez, com detalhes de pagamento. Isso é ótimo para comparar corridas e trajetos.
Além disso, como o aplicativo registra os dados do motorista, se por acaso você esquecer alguma coisa dentro do carro, poderá entrar em contato com ele, podendo assim recuperar o objeto facilmente.
Se você está em São Paulo e precisa ir ao aeroporto de Guarulhos, o Uber não cobra a taxa de 50% sobre o valor total por mudança de município, como acontece com os taxis.
Desvantagens
Tentamos pensar em desvantagens do Uber em relação ao taxi, e conseguimos encontrar apenas uma: corredores expressos. Em grandes cidades, como São Paulo, em que o trânsito muitas vezes fica parado por vários minutos, ter a vantagem de ir pelos corredores de ônibus muitas vezes faz a diferença entre chegar no horário ou perder o avião, por exemplo. E na capital paulista, apenas os taxis podem andar pelos corredores quando estão com passageiros. Por isso, dependendo do horário que você quer se locomover, avalie este quesito no momento de escolher.
Como funciona
O Uber hoje está disponível no Brasil em apenas 4 cidades: Brasília, Belo Horizonte, São Paulo e Rio de Janeiro. Em São Paulo, há duas modalidades de serviço: o uberBLACK (os clássicos carros pretos) e o uberX, que são automóveis mais simples e com tarifa mais baixa. Optamos neste caso pelo BLACK, por ser o modelo mais comum nas outras cidades brasileiras, além de querermos experimentar o melhor que o serviço pode nos dar.
Nosso teste foi simples. Tínhamos como missão ir do Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo, até a Apple Store, no Morumbi Shopping. Se optássemos ir de taxi comum, o custo do trajeto sairia por volta dos R$65. Há uma opção no próprio terminal para um serviço mais sofisticado (taxi Vermelho e Branco), com um preço ainda maior.
Saímos do terminal e procuramos um ponto de referência para chamar o carro e escolhemos um hotel ali próximo. Não é necessário ficar em um ponto de referência para ser atendido, pois o aplicativo localiza você por GPS. Mesmo assim optamos pelo mais simples.
Tiramos o iPhone do bolso e abrimos o aplicativo do Uber, o qual já tínhamos feito os ajustes iniciais. Você precisa se inscrever no serviço, coisa que demora uns 3 minutos e é totalmente gratuito. Você precisa ter um cartão de crédito para cadastrar, pois todo o pagamento é feito através dele, de forma automática. Pode confiar, sem medo.
No aplicativo, informamos para onde queríamos ir e ele na hora traçou o trajeto e disse a estimativa de custo (uma faixa de preço entre R$53-70), que era mais ou menos parecido com o valor estimado do taxi normal. O preço final só pode ser conhecido no fim da viagem, pois depende das condições de trânsito e do tempo que levará. Mas no nosso caso, ficou mais próximo do preço menor do que do maior.
No momento da confirmação da viagem, o aplicativo indicou um motorista e já informou o tempo que ele levaria para chegar. Mostrou uma foto dele, assim como o nome (André), a placa do carro e a avaliação que os outros usuários deram para ele. Há também a possibilidade de ligar para o motorista, caso você precise passar algum detalhe mais específico de onde você está.
Quando ele está chegando, você recebe uma notificação pelo iPhone ou até mesmo pelo Apple Watch, caso tenha um.
Uma funcionalidade legal que resolvemos experimentar: você pode dividir o valor da corrida com quem for com você. Na hora adicionei o Chrystiano, que estava comigo, que foi perguntado no seu iPhone se aceitava dividir a conta.
O carro chegou e nós entramos, e só então o motorista foi informado pelo sistema para onde iríamos. Tudo é quase automático, você só conversa com o motorista se realmente quiser. Em nosso teste, ele não ofereceu nenhum outro benefício, como água ou escolha de música na rádio, mas há casos em que você pode escutar uma playlist sua do Spotify assim que entra no carro, isso graças à integração do dois serviços.
Desde o início, o motorista já traçou o trajeto pelo aplicativo Waze, para determinar a rota mais rápida. Tudo é feito de forma clara e transparente para o passageiro saber exatamente para onde está indo.
A viagem foi tranquila e as únicas vezes que conversamos com o motorista foi para fazer perguntas para este artigo. Ele se mostrou confiante a respeito de toda a polêmica gerada com o aplicativo, e disse que nos mercados em que o Uber foi forçado a se retirar, ele voltou um tempo depois e hoje todos vivem em harmonia. Em Nova York, já há mais taxis do Uber do que os amarelinhos pela cidade.
Quando chegamos ao nosso destino, bastou nos despedirmos e sairmos do carro. Nenhum pagamento em dinheiro é feito na hora, tudo é feito automaticamente pelo cartão de crédito cadastrado no aplicativo. Eu, a princípio, achei estranho não saber ali quanto custou a corrida, pois no Brasil nós sempre ficamos com um pé atrás para este tipo de novidade. Mas a surpresa foi positiva: foi debitado apenas R$9,60. Além de eu ter dividido o custo com outra pessoa, ainda tive um desconto de R$ 20 por ter usado um código promocional. Nunca paguei tão pouco por andar em São Paulo.
Ganhe um desconto
Você também pode ganhar um desconto na sua corrida, usando nosso código promocional uberdescontoBDI. Ele é válido para quem está se inscrevendo agora ou nunca usou antes nenhum outro cupom. Se você mora em uma das cidades que possuem Uber, faça já a sua inscrição usando este link ou usando o código acima. Você ganhará R$20 na sua primeira viagem, que viram créditos caso o trajeto custe menos. É uma ótima oportunidade de experimentar o serviço e tirar você mesmo as suas conclusões sobre ele. ;)
Conclusão
Ficamos com uma impressão excelente do Uber. A extrema facilidade em chamar o carro pelo aplicativo, que também permite o controle de tudo que acontece, é algo que não estávamos acostumados a ter. Tudo é transparente e muito claro para o cliente, eliminando qualquer dúvida ou receio que ele possa ter.
Em viagens, é uma alternativa a se considerar. Geralmente em cidades que não conhecemos é onde ficamos mais expostos a taxistas não muito honestos que se aproveitam da situação para darem voltas desnecessárias e cobrar mais de turistas. Com um aplicativo que já calcula o trajeto e diz quanto vai custar, este tipo de problema passa a não existir. Portanto, fica a dica para a sua próxima viagem.
Independente do que irá resultar toda esta polêmica com os taxistas, uma coisa é certa: os taxis deverão fazer um esforço extra a partir de agora para aumentar a qualidade e cativar os clientes. Com o Uber, a régua aumentou, e quem sai ganhando somos nós, consumidores.
Vale a pena testar o serviço. Experimente e depois nos conte aqui o que achou. ;)
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