Passado quase uma semana do anúncio do nosso “querido” iPad, nada melhor do que fazer uma análise do novo aparelho, agora com a cabeça bem mais fria.
O que se viu por aí e também aqui mesmo no Blog, foi que as opiniões sobre o tão esperado tablet se dividiram: uns adoraram a novidade e muitos acharam decepcionante. Isso porque as expectativas estavam altas demais. Tínhamos certeza de que seria apresentado uma máquina totalmente nova, na qual nunca tínhamos visto antes. Algo alienígena. Mas o que se viu foi um produto bem terrestre, palpável, quase óbvio, porque não apresentou nada que já não exista no iPhone/iPod touch.
Meu juizo final? O iPad pode não fazer café e torradas como esperávamos, mas ainda assim é um ótimo gadget. Ele não é revolucionário, mas evolucionário.
Ele é uma evolução de um produto que conhecemos bem: o iPod touch.
Não foi difícil chegar a esta conclusão. As várias brincadeiras que fizeram, chamando o iPad de “iPodão” já deram a dica. E faz todo o sentido. O iTouch sempre foi considerado grande demais para um iPod, e a prova é que continuaram existindo outros modelos menores, como o Shuffle e o nano. Quem compra o touch não quer só ouvir música; quer aproveitar também os aplicativos da App Store e a praticidade de ter uma internet portátil (porém limitada ao Wi-Fi), tudo isso com a ótima interface multi-touch. Claro que escutar músicas e ver vídeos também é muito bom, mas isso já existe em outros iPods menores.
Ou seja, quem compra um iPod touch geralmente quer ter acesso ao que existe no iPhone, mas sem precisar se amarrar a uma operadora de telefonia. Mas se, para esse público, aparecesse um outro dispositivo que fizesse a mesma coisa, mas de uma forma maior e melhor?
É aí que entra o iPad.
A praticidade de ter um tablet onde você pode aproveitar todos os aplicativos da App Store, ver filmes em uma tela bem maior que também facilite a leitura de textos, livros e internet é muito bem-vinda. O iPad não traz revolução e sim praticidade.
Eu sou um heavy-user de um netbook, pois viajo muito e me sirvo dele para acessar a internet e fazer minhas criações. Gosto muito dele, mas já observei que em certos momentos eu acho a parte do teclado excessiva. Iria adorar se ele tivesse a metade do peso (ele já é bem leve) e uma forma melhor de interagir sem precisar das teclas físicas, que aliás, são completamente diferente das nossas, pois comprei na França. Nem mesmo o teclado eu posso configurar como desejo.
Eu sou o público do iPad? Totalmente!
O erro de muitos talvez seja querer compará-lo com o iPhone ou com um notebook. ERRO!
O iPad não tem a intenção de substituir nenhum dos dois e sim ser um meio termo. Ele pretende tapar aquele buraco que existia e que me fez comprar um netbook de outra marca que não seja Apple (não sou um fanboy, mas tenho bom gosto :P).
Para ver vídeos e ler livros, o iPhone/iPod pode ser considerado pequeno demais (apesar de ser prático em alguns monentos) e um laptop grande demais para isso.
Quem já pegou um trêm na Europa já deve ter visto que lá é muito comum ver pessoas abrindo seus laptops (muitas vezes enormes) para ver filmes ou ler algum texto durante a viagem. Até mesmo em metrôs de grandes cidades, onde engravatados preparam suas planilhas de trabalho em notebooks mal-acomodados no colo. Talvez seja por isso que uma pesquisa recente apontou que 66% dos franceses que já ouviram falar no iPad, têm a intenção de comprá-lo.
Talvez você não necessite do iPad, mas isso não quer dizer que ele não seja um ótimo produto. Ele tem seu público específico e uma ótima fatia de mercado a cobrir. Repetindo: ele não veio substituir seu iPhone e nem seu notebook. Mas se você hoje tem um iPod touch, talvez irá pensar no iPad como uma opção na hora de atualizar seu aparelho.
Um conselho: pare de falar mal do iPad, pois no futuro você poderá queimar a sua língua. ;)