Acho que não precisa dizer que hoje e amanhã o assunto principal aqui no Blog será o evento especial da Apple, não é? ;) Isso porque acredita-se que ele será muito próximo do iPhone, tanto em usabilidade quanto em revolução.
Mas como ele poderá revolucionar o mercado, visto que outros já tentaram antes, sem sucesso?
O grande trunfo da Apple é enxergar oportunidades onde outros não vêem.
O iPod é um ótimo exemplo disso.
Na época que foi lançado, existiam muitos outros tocadores de MP3, devido ao sucesso de sites como o Napster e o Kazaa, onde se podia baixar a música que quisesse direto na internet, em formato digital, completamente de graça. As gravadoras, na sua imensa incompetência (até hoje) em se adaptar as mudanças tecnológicas, ficaram sem ação, vendo seus lucros caírem vertiginosamente.
Foi então que a Apple apresentou algo que parecia difícil de dar certo, mas que se mostrou uma revolução no mercado de música: um tocador de MP3 associado a uma loja digital de músicas. Mas porque as pessoas pagariam por elas, se podiam ter de graça?
O segredo foi a enorme facilidade de todo o sistema apresentado pela Apple. Era comum você ficar meia-hora baixando um título no Napster e depois perceber que a qualidade era horrível. Na iTunes Store isso não acontecia; por um preço muito pequeno (0,99$), tinha-se a certeza de baixar rapidamente um produto de qualidade, que sincronizava diretamente com o seu iPod.
O que a Apple ofereceu não foi um produto e sim uma facilidade. Focando na melhoria da experiência do usuário, o tocador da Apple ganhou a simpatia de centenas de milhares de pessoas no mundo inteiro, salvando, por consequência, a indústria fonográfica.
Há 3 anos, a indústria de celulares estava caminhando para a estagnação, com modelos novos surgindo todos os anos, mas sem nenhuma real novidade. Foi preciso a Apple lançar sua própria visão de telefone e uma loja online de aplicativos com um processo de instalação extremamente fácil para que todo o mercado mudasse sua direção. Hoje, é inconcebível pensar em um smartphone sem seus aplicativos.
Mesma coisa pode acontecer com o futuro tablet.
Aliás, o termo Tablet PC é registrado pela Microsoft desde 2001, quando introduziu a interação por toques (de caneta) na tela com seu sistema Windows. Desde então, a indústria ainda não descobriu o que se pode realmente fazer com esse tipo de dispositivo. Os tablets já existem há dez anos e ninguém ainda criou nada revolucionário com eles para o grande público. Escrevam esta frase para poder relê-la daqui a 2 anos. ;)
Visto que o grande sucesso da Apple não é vender aparelhos, mas sim soluções, é bem provável que o produto que será apresentado nesta quarta-feira será tão revolucionário quanto o iPod em uma outra indústria que sofre atualmente com o progresso tecnológico: a editorial.
Hoje em dia, jornais e revistas impressos parecem estar com seus dias contados. Ninguém mais compra uma revista de tecnologia, pois sabe que as notícias publicadas ali já estão defazadas de 10, 15 dias, coisa quase inadmissível na velocidade de informação que vivemos atualmente com a internet. A mesma coisa com os jornais, que perdem feio para os sites, portais de notícias e até mesmo para o Twitter no quesito rapidez de informação.
A revolução de um novo tablet pode estar nesta estrutura facilitadora que a Apple pode apresentar, trazendo a modernidade atual para o mundo editorial. Um aparelho que permita você comprar um jornal ou uma revista sem precisar sair de casa, com riqueza de mídias (tipo vídeo e áudio) e atualização quase em tempo real.
Mas qual a diferença para o que se vê na internet hoje em dia?
Os protocolos atuais usados na internet rodam em um número enorme de plataformas, mas são bem limitados. Quem é webdesigner sabe muito bem como é difícil fazer um site que rode exatamente da mesma forma em todos os tipos de computadores, com sistemas e navegadores diferentes. Em uma plataforma única (como um tablet), o design gráfico seria comparável as revistas impressas, sem limites para a criação.
O tablet, junto com um sistema de vendas de publicações e livros, pode modernizar o mercado editorial, hoje quase condenado ao desaparecimento, se não fizer nada para se atualizar.
Acompanhe esta revolução amanhã, dia 27, em nossa cobertura que começa às 14h. Não perca. ;)