A Intel criou um chip mais rápido que o M2, mas que consome muito mais bateria
Criar processadores para dispositivos móveis não é algo muito fácil.
Isso porque, ao mesmo tempo que se busca um aumento de velocidade, é preciso fazer com que ele não consuma energia demais, pois a bateria é um ponto crucial hoje em dia em celulares e laptops.
Na CES 2023 (Consumer Electronics Show), a Intel apresentou seus novos chips de 13ª geração, anunciando-os como “os mais rápidos do mundo”.
Porém, tudo pode ser uma grande jogada de marketing apenas para dizer que superou a Apple. Mas na vida real, irá superar mesmo?
Intel Raptor Lake
Toda a indústria está correndo atrás dos chips produzidos pela Apple, os velozes M1 e M2. Por isso, dizer que tem um processador mais rápido é algo que chama bastante a atenção.
O Intel Core i9-13980HX incorpora nada menos que 24 núcleos (8 núcleos rápidos, 16 econômicos) e 32 threads (os núcleos rápidos são compatíveis com o Hyper-Threading).
Com uma frequência de clock de até 5,6 GHz, este processador mostra um ganho de desempenho em relação ao i9 de 12ª geração de 11% em single-thread e 49% em multitarefa.
Este novo Core i9 suporta até 128GB de RAM DDR4/DDR5, além de várias tecnologias modernas como Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.2 e Thunderbolt 4.
Números bastante impressionantes. Porém, eles cobram um preço alto: um enorme consumo de energia. E isso é quase um pecado tecnológico nos dias de hoje.
O novo i9 consume mais que o dobro de energia que seu antecessor, que já consumia demais.
Isso faz a autonomia do laptop se esvair de forma rápida, o que obriga a muitos fabricantes a reduzir a performance do PC para economizar bateria.
O TDP (Thermal Design Power), que corresponde ao que o sistema de resfriamento deve ser capaz de dissipar, é de no máximo 157 W (55W de base) para o Core i9-13980HX, como lembra a AnandTech, mas esses valores são apenas indicativos.
A Apple não divulga este tipo de dado técnico em seus produtos, mas o processador M1 Max requer um máximo de 43W para um desempenho digno de um Core i7 (com um quarto do consumo dele).
A Intel explica que alguns fabricantes podem alterar esses números, o que significa na prática que toda esse marketing feito agora (“o processador mobile mais rápido do mundo”) possa não acontecer na prática em muitos laptops, que levarão o nome Core i9-13980HX na caixa, mas limitarão a performance para não acabar com a bateria.
A Apple ainda deve apresentar seus novos M2 Pro e M2 Max nos próximos meses, e estamos curiosos para ver se a performance deles irá pelo menos igualar a do novo i9, com a vantagem de consumir bem menos energia.
Porque só focar na velocidade final e sacrificar o consumo de energia neste mundo mobile em que vivemos, é pensar mais no marketing do que no consumidor.
Vale a pena lembrar que a Apple mesmo desistiu de tornar o A16 Bionic ainda mais rápido justamente porque isso faria ele consumir muito mais bateria.
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Esse está sendo o problema da Intel. Não estão conseguindo competir em eficiência.
Essa estratégia só é boa para high-end e para Desktop.
É só olhar o que a AMD tem feito: desempenho quase igual a Intel, mas com alta eficiência (comparável ao M1/2).
Assim, a AMD irá tomar o mercado de servidores e notebooks/tablets.
Ale,
Você foi muito bonzinho aqui…
Quem usava iphone antes do XR sabe como a Apple melhorou e MUITO a bateria dos iphones, iphone XR, 11, 12, 13 e 14 tem uma autonomia MUITO boa, igualmente a AMD que sempre foi piada nos processadores que aqueciam como o FX9590 hoje esta dando aula para a Intel.
Bom saber disso!
No passado era realmente complicado. AMD aquecia demais.
Estou desatualizado sobre os processadores Intel. No passado as linhas para laptops eram mas capadas em relação às de desktop e servidores justamente pela questão do consumo de energia.
No passado tive tablets TX1000 e TX2000 da HP que usavam processador AMD. Todos deram problema na solda BGA. A coisa era tão complicada que ao invés de overclock, a turma desenvolvia scripts para undervolting na CPU e GPU, mas mesmo assim as soldas iam pro espaço. Bom saber que agora eles estão mais eficientes. O trauma ainda me faz ser reticente a comprar algum laptop com chipset AMD.
O problema da Intel é que ela ficou no topo por muito tempo.
Quem sabe se ela sair do topo ela não melhora mais e mais.
CISC não tem como competir com RISC, a não ser que a intel passe a produzir processadores em ARM, nunca serão eficientes em temperatura.