O polêmico aplicativo Secret já não está mais entre nós. Desde ontem pela manhã, quem tentava baixá-lo na App Store recebia uma mensagem de erro pedindo para tentar mais tarde. No final do dia, o aplicativo desapareceu completamente da loja da Apple. Isso é resultado de uma liminar da justiça brasileira pedindo a retirada do app do comércio nacional.
O aplicativo nasceu com o objetivo simples de auto-ajuda, permitindo que as pessoas desabafassem segredos com o mundo, sem serem identificadas. Uma ideia boba em princípio, mas que ganhou milhares de usuários em todo o mundo.
No Brasil, era uns dos mais baixados, figurando sempre na segunda colocação do ranking. Mas, como muita coisa por aqui, o objetivo acabou sendo desvirtuado, servindo como campo de intrigas, fofocas, calúnias e difamações, tudo coberto pelo anonimato. O aplicativo virou uma verdadeira arma de bullying digital, com vazamentos de fotos nuas sem a autorização do fotografado.
Nas avaliações do app na loja brasileira, era possível perceber o quão agredidas as pessoas estavam se sentindo:
O problema ganhou o seu ápice quando um promotor entrou esta semana com uma ação civil pública, solicitando a retirada imediata do aplicativo da loja da Apple e do Google Play. Outros já tinham entrado na justiça, mas individualmente, o que limitava o resultado. Com a ação civil pública, a decisão acaba influenciando todos os usuários.
O caso ainda deve ser julgado, mas o aplicativo não está mais disponível na App Store. Não ficou claro que isso foi decisão da Apple ou dos próprios criadores do app, que se mostraram preocupados com a repercussão gerada no país. Mas o aplicativo não foi apagado dos aparelhos dos usuários, como determinava a liminar, e ainda pode ser baixado livremente por quem usar uma conta de outro país. Além disso, o Google Play continua disponibilizando-o, o que significa que os usuários de Android (maioria no país) continuarão com as mesmas práticas desvirtuadas que ocasionaram a ação judicial.
Parece que este caso ainda está longe de ser concluído.
