É possível avaliar a dimensão da influência de um gadget na cultura popular quando ele começa a fazer parte de filmes ou até mesmo, best-sellers.
Dan Brown, escritor do mega sucesso O Código da Vinci, incorporou em seu último livro o iPhone como peça de destaque na trama.
A obra é O Símbolo Perdido (The Lost Symbol), à venda desde o mês passado no Brasil. Em sua história, uma das personagens possui justamente o nosso smartphone preferido, que aparece várias vezes durante o decorrer da história.
Se você ainda não leu o livro, saiba que este artigo revela trechos da narrativa (spoilers).
Ao todo, o celular multitoque da Apple é citado sete vezes no livro. O curioso é que não é um simples celular, um telefone, nem outra marca que a personagem tem; é justamente um iPhone, com detalhes para o toque característico e funções de mensagem na tela. Considerando que não há nenhum tipo de patrocínio publicitário ou de marketing na jogada, fica evidente que o escritor só pôde usá-lo por ser um elemento já incorporado na cultura americana, e por que não dizer, mundial (visto que foi traduzido em várias línguas).
Veja a seguir os trechos onde ele aparece.
Capítulo 18:
— Você falou com ele? Ele está atrasado e não atende o celular.
Trish fez que não com a cabeça.
— Aposto que ele ainda está tentando descobrir como usar o iPhone novo que você deu para ele.
Capítulo 22:
— Não, o que é isso, não tem problema nenhum, obrigada pela preocupação.
Katherine ainda estava tentando ligar o nome do médico à pessoa.
— Desde ontem de manhã que não falo com meu irmão, mas ele provavelmente se esqueceu de ligar o celular. — Katherine recentemente lhe dera um iPhone novo de presente, e ele ainda não havia se dado o trabalho de aprender a usá-lo.
(ou vai ver, acabou a bateria). :P
Capítulo 23:
A 16 quilômetros dali, enquanto dirigia rumo ao sul pela Suitland Parkway, Mal’akh sentiu uma vibração inconfundível no banco ao seu lado. Era o iPhone de Peter Solomon, que naquele dia havia se revelado uma poderosa ferramenta. O identificador visual de chamadas passara a exibir a imagem de uma atraente mulher de meia-idade com longos cabelos pretos.
Capítulo 25:
— Pode usar o telefone da biblioteca — disse Katherine. — O número é protegido. E não diga meu nome, claro.
— Está bem. — Trish se encaminhou para a porta, mas parou ao ouvir o toque do iPhone de Katherine. Com sorte, a mensagem de texto que havia acabado de chegar continha alguma informação capaz de livrá-la daquela tarefa desagradável. Ela esperou Katherine retirar o iPhone do bolso do jaleco e olhar para a tela.
Katherine sentiu uma onda de alívio ao ver o nome escrito em seu iPhone. Finalmente.
Ainda no mesmo capítulo:
Quer aquele arquivo pudesse ou não desvendar o que estava por trás da história que Peter havia contado ao Dr. Abaddon, pelo menos um mistério fora solucionado naquele dia, pensou Katherine. Seu irmão finalmente havia aprendido a usar a função de mensagens de texto do iPhone que ela lhe dera de presente.
Em outro trecho:
Mal’akh guardou o telefone descartável no bolso e olhou na direção do CAMS. Será que foi grosseria eu me convidar? Sorrindo, sacou o iPhone de Peter Solomon e admirou a mensagem de texto que tinha mandado para Katherine minutos antes.
(Repare que o outro celular é chamado de “telefone descartável“). :P
Há também cenas dramáticas com o aparelho:
Segurando com firmeza o iPhone de Solomon, Mal’akh se agachou ao lado da limusine e posicionou o aparelho entre o pneu dianteiro e o asfalto. Aquele telefone tinha sido muito útil… mas já estava na hora de evitar que pudessem rastreá-lo. Ele se sentou no banco do motorista, ligou o carro e avançou até ouvir o estalo nítido do iPhone se partindo.
(Poxa, era só fazer jailbreak nele que resolvia o problema!). :P
E por fim, o último parágrafo do capítulo 29:
Sem mais nenhuma palavra, Mal’akh embolou o guardanapo com o monograma e o enfiou dentro da boca de [nome editado]. Então, ergueu o corpo flácido do homem sobre os ombros largos e encaminhou-se para o elevador privativo. Na saída, recolheu da mesa do hall o iPhone e as chaves.
É muito raro que um livro de ficção utilize uma marca em sua narrativa, a não ser que ela seja tão marcante que já tenha se tornado um ícone cultural (como Gillette, Coca-Cola e tantas outras). O que impressiona é que o iPhone tem apenas 3 anos de vida e já é citado em um livro que tem tudo para virar um best-seller, pelo peso de seu autor.
Pode-se amá-lo ou odiá-lo, mas uma coisa não se pode negar: o iPhone já marcou definitivamente toda uma geração de celulares. :)
Quem viu primeiro esta ótima curiosidade foi o Rafael VaccariN