A App Store ficou com menos títulos na semana passada, desde que a Apple resolveu retirar todo e qualquer aplicativo que explorasse de alguma forma a sensualidade no iPhone ou iPod touch, causando uma enorme polêmica em todo o mundo. Ontem, o vice-presidente de Marketing, Phil Schiller, pronunciou-se em defesa da sua companhia, tentando explicar as razões da atitude.
A Apple sempre se preocupou com a moral e bons costumes americanos. Tanto que uma das primeiras coisas que Steve Jobs disse ao apresentar o SDK (kit de desenvolvimento de aplicativos) em 2008 foi que não seriam aceitos aplicativos de pornografia. A preocupação é que tanto o iPhone quanto o iPod touch possuem uma grande penetração no público jovem; a intenção seria protegê-los de conteúdos adultos. O iPad também poderá ser muito difundido em escolas, o que pode também ter contribuído para o controle maior nesse sentido.
Mas qual seria a definição de “pornografia”? É justamente aí que reside a polêmica.
Segundo Schiller, a Apple vem recebendo diversas reclamações de pais descontentes com o número crescente de programas que exploram a sensualidade feminina, classificadas como conteúdo “degradante e questionável“.
Para evitar erros de interpretação, ela resolveu tirar tudo o que pode ser considerado como “sexualmente excitante”, como mulheres em biquini ou fotos sensuais. Nisso, mais de 5.000 aplicativos foram eliminados da App Store na semana passada, como mostra este gráfico do site AppShopper:
Mas como sempre, as políticas restritivas da Apple sempre geram controvérsias. Os aplicativos Your face in Penthouse e Playboy, por exemplo, continuam disponíveis na loja, mesmo que o conteúdo seja declaradamente sensual. Qual peso e qual medida a Apple usa?
Um exemplo de aplicativo brasileiro que corre o risco de também ser eliminado é o Garota Skol, que mostra mulheres vestidas de acordo com a temperatura do dia: quanto mais quente, menos roupa.
Será que fomos finalmente beneficiados com o descaso histórico que a Apple tem pelo Brasil?
via