Como o iPhone 16e marca uma virada na produção da Apple
Modelo mais acessível da nova linha, o iPhone 16e inaugura uma nova fase na estratégia de produção da Apple, com mais chips desenvolvidos internamente.

O iPhone 16e pode até ser apresentado como o modelo mais acessível da nova geração, mas ele carrega um papel muito maior do que apenas ser “o iPhone mais barato”.
Pela primeira vez, a Apple conseguiu inserir uma quantidade significativa de componentes desenvolvidos internamente em um iPhone de entrada — e isso marca uma virada importante na forma como a empresa projeta e produz seus dispositivos.

40% do iPhone 16e é “feito em casa”
Segundo dados da Counterpoint Research, 40% do custo de materiais (BoM) do iPhone 16e corresponde a peças projetadas pela própria Apple.

É a maior taxa de integração já vista em um modelo “econômico” da empresa. Para fins de comparação, modelos anteriores como o iPhone SE 2022 dependiam muito mais de fornecedores terceirizados.
Entre os componentes internos estão chips de gerenciamento de energia, o transceptor e, principalmente, o novo modem 5G C1, desenvolvido pela própria Apple e fabricado em processo de 4 nm pela TSMC.

O fim da dependência da Qualcomm?
O modem 5G é um dos componentes mais caros e estratégicos de um smartphone moderno.
Até agora, a Apple dependia da Qualcomm para esse item. Com o C1, ela começa a romper essa relação — e com bons resultados: apesar de não suportar mmWave, o C1 oferece até 40% mais desempenho que o Snapdragon X71 usado nos iPhones mais caros.
A economia também é significativa: o custo por unidade com o modem próprio cai em cerca de US$ 10.
Pode parecer pouco, mas com a previsão de envio de 22 milhões de unidades em 2025, isso representa uma economia de até US$ 220 milhões.

O que ficou de fora?
Mesmo com essa economia, o iPhone 16e ainda carrega algumas limitações em comparação aos modelos mais caros:
- Apenas uma câmera traseira
- Sem suporte ao carregamento MagSafe
Essas ausências ajudam a diferenciar a linha e mantêm o posicionamento do 16e como um modelo de entrada.
Mas é interessante notar que a Apple não repassou toda a economia para o consumidor: o modelo parte de US$ 599, o que está longe de ser “barato” para a maioria das pessoas.
O que esperar daqui pra frente?
Esse movimento no iPhone 16e é um sinal claro de onde a Apple quer chegar.
A empresa investe pesado em controle total do hardware — não apenas para reduzir custos, mas para otimizar desempenho, segurança e integração com o software.
E não deve parar por aí: rumores indicam que a Apple pretende estrear um chip próprio Wi‑Fi 7 já na linha iPhone 17, reforçando ainda mais essa independência tecnológica.
O iPhone 16e não é só um novo modelo acessível.
Ele representa o primeiro passo de uma transição que pode mudar completamente a forma como a Apple fabrica seus iPhones.
Se hoje 40% do aparelho é feito em casa, a pergunta que fica é: quando chegará a hora do iPhone 100% Apple?
