Novo aplicativo “Celular Seguro” tenta combater roubos e furtos de dispositivos móveis no Brasil
O governo brasileiro anunciou oficialmente nesta terça-feira (19) o lançamento do aplicativo “Celular Seguro”, uma iniciativa destinada a combater o crescente número de roubos e furtos de dispositivos móveis no país.
O aplicativo estará disponível para download na App Store e no Google Play, embora ainda não esteja em pleno funcionamento.
O aplicativo é uma parceria entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O interesse dos bancos é diminuir o crescente número de saques indevidos em contas bancárias ocasionados por ladrões de celulares no país.
Para utilizar o “Celular Seguro”, os usuários devem baixar o aplicativo em seus dispositivos, realizar um cadastro prévio e registrar a ocorrência de roubo.
Como funciona o Celular Seguro
Segundo as instruções divulgadas pelo Governo, com o aplicativo instalado no celular é possível fazer o cadastro na plataforma, para facilitar a rápida ação em caso de roubo.
Assim, quando o celular for roubado ou furtado, é possível acessar rapidamente o sistema (via web ou outro celular) e bloquear o aparelho, para que ele deixe de funcionar.
Também é possível cadastrar uma pessoa de confiança, permitindo que ela bloqueie autonomamente o celular do usuário em caso de furto ou roubo, diretamente em seu aparelho.
Ao abrir pela primeira vez o aplicativo, ele solicita o login através da plataforma GOV.BR, que permite acessar serviços do governo apenas com o CPF e uma senha cadastrada. Quem ainda não tem conta, é interessante criar uma, pois ela é útil para outras coisas, como Imposto de Renda, Certificado de Vacina e tantos outros serviços.
Depois de tudo configurado, a plataforma está preparada para agir quando necessário.
Se você colocar uma outra pessoa como contato de confiança, ela mesma pode registrar a ocorrência do roubo do seu celular, assim fica muito mais rápido agir em caso de roubo, pois obviamente neste momento você estará sem o seu celular. A outra pessoa poderá fazer tudo pelo celular dela.
Mas bloqueia mesmo?
De acordo com o secretário-executivo do MJSP, Ricardo Cappelli, os celulares roubados serão transformados “num pedaço de metal inútil” após o bloqueio.
Porém, a gente aqui sabe que com o iPhone não acontece isso.
Por restrições do iOS, nenhum aplicativo de terceiros tem o controle do sistema para bloqueá-lo completamente. Então, mesmo que o Governo queira, ele não teria capacidade de fazer isso.
O que acontece, na verdade, é que o registro da ocorrência faz com que o bloqueio aconteça apenas a nível de operadora e contas bancárias. Ou seja, em caso de roubo, tanto o IMEI do aparelho quanto o acesso aos aplicativos de banco ficam bloqueados.
Como resultado, o telefone passa a não receber mais sinal de celular em território brasileiro, e os aplicativos instalados não conseguem mais se contectar a contas bancárias.
Isso ajuda? É, pode ajudar, desde que a vítima seja mais rápida que o ladrão. E é isso que o aplicativo busca facilitar.
Apesar de ser difícil de imaginar um sistema tão eficiente assim que seja capaz de, no momento em que o usuário abra a ocorrência, ativar operadoras e bancos em questão de segundos e bloquear o acesso quase que imediatamente.
Porque, convenhamos, se este processo demorar mais de 10 minutos, aí dará tempo para os ladrões fazerem tudo o que tem que fazer com as contas bancárias (saques, pedidos de empréstimos, etc) sem nenhuma restrição.
Dará certo? Só o tempo nos dirá.
O aumento de roubos e furtos de celulares é uma triste realidade das grandes cidades brasileiras. Que esta iniciativa realmente ajude a minimizar este problema, e não seja apenas um marketing institucional com outras intenções que não a de resolver o problema.