A Apple está se preparando para entrar em um novo mercado com o lançamento de um headset de realidade mista. Até o momento ela não confirmou nada oficialmente, mas todos os rumores levam a crer que o conheceremos já nesta WWDC, em junho.
Após anos de desenvolvimento e especulações, a apresentação do tão aguardado produto parece estar cada vez mais próxima, e as expectativas estão em alta.
De acordo com informações divulgadas pelo renomado jornalista da Bloomberg, Mark Gurman, o caminho para o desenvolvimento deste novo produto da Apple não foi fácil.
Para que serve?
O projeto, que teve início há sete anos (2015), enfrentou diversos desafios e ceticismos internos.
A ideia inicial era criar um par de óculos que pudesse ser usado ao longo do dia, mas as tecnologias disponíveis não estavam prontas para essa proposta ambiciosa.
Em uma declaração feita por Tim Cook em 2017, o CEO da Apple afirmou que a tecnologia necessária para um dispositivo desse tipo simplesmente não existia.
As telas e os componentes necessários representavam um desafio considerável, tornando o desenvolvimento do headset um verdadeiro quebra-cabeças tecnológico.
Como resultado dos obstáculos encontrados, o visor de realidade mista da Apple será uma combinação de compromissos.
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Como será seu design?
De acordo com Gurman, o dispositivo se assemelhará mais a um par de óculos de esqui com uma bateria externa conectada por um cabo, fugindo um pouco do padrão de integração perfeita que a Apple costuma oferecer.
Essa abordagem visa evitar problemas de superaquecimento e garantir que o headset não se torne excessivamente pesado.
Outro aspecto interessante mencionado por Gurman é a possibilidade de o headset contar com uma tela externa que reproduza os olhos e parte do rosto do usuário.
Essa característica seria uma tentativa de criar a ilusão de que o usuário está sempre conectado ao seu ambiente, mas levanta questionamentos sobre o peso adicional e o consumo de energia para um benefício relativamente pequeno.
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Preço
Quanto ao preço, Gurman afirma que a Apple pretende vender o headset a preço de custo ou quase isso, o que seria um movimento incomum para a empresa, conhecida por suas margens de lucro generosas.
Apesar dessa estratégia, estima-se que o dispositivo seja comercializado por cerca de US$ 3.000, o que o tornaria uma opção bastante cara para os consumidores.
Criando um mercado
A Apple deposita grandes esperanças nos desenvolvedores para criar aplicativos e experiências que tornem o headset de realidade mista indispensável.
A estratégia de lançamento seguirá a trajetória da Apple Watch, que inicialmente abordou diversas funcionalidades antes de se concentrar em áreas específicas, como monitoramento esportivo e notificações.
Rumores sugerem que a Apple também está explorando a possibilidade de permitir que os usuários do visor interajam com pessoas virtuais em ambientes do mundo real, proporcionando experiências únicas de entretenimento.
Além disso, a empresa planeja disponibilizar uma variedade de aplicativos adaptados para o dispositivo, buscando criar uma base sólida de usuários e atrair mais consumidores.
O projeto quase não vingou
Durante o desenvolvimento do headset de realidade mista, surgiram divergências internas que levantaram dúvidas sobre o projeto.
Alguns executivos-chave da Apple, como Craig Federighi, responsável pelo software, e Johny Srouji, especialista em chips, mantiveram uma certa distância em relação ao projeto, demonstrando ceticismo quanto ao seu potencial.
Srouji chegou a se referir ao visor como um “projeto científico”, comparando-o aos trabalhos realizados por estudantes americanos.
Essa briga interna pode ter impactado as capacidades da equipe da Apple de desenvolver chips para os dispositivos iPhone e Mac.
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Além disso, surgiram desentendimentos entre Jony Ive, ex-designer-chefe da Apple, e Mike Rockwell, supervisor do projeto do headset desde 2015.
Ive estava envolvido no desenvolvimento do dispositivo até cerca de um ano atrás e defendia uma abordagem baseada em óculos em vez de um headset.
O risco do fracasso
Embora as expectativas sejam altas, alguns especialistas advertem que o headset de realidade mista da Apple pode se tornar um grande fracasso.
Michael Gartenberg, ex-responsável pelo marketing da Apple e atual consultor independente, alerta para a pressão interna da empresa em encontrar a “próxima grande novidade”.
As estimativas iniciais de vendas também foram revisadas para baixo, com projeções de cerca de 900.000 de unidades no primeiro ano, em comparação com um milhão anteriormente previsto.
Apesar dos desafios enfrentados e das incertezas, a Apple segue empenhada em lançar seu headset de realidade mista.
Enquanto os fãs da empresa aguardam ansiosamente por mais informações e pela apresentação oficial, o mercado aguarda para ver se a gigante tecnológica será capaz de mais uma vez revolucionar a indústria com um novo dispositivo inovador.
Seria um novo capítulo na história de revoluções da Apple, ou o início do fim?
