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Imagem meramente ilustrativa, feita no computador
Quando se fala do já velho rumor de um “iPhone econômico“, feito com materiais mais baratos e tecnologia menos avançada, é comum dizer que ele seria destinado a mercados emergentes onde planos pré-pagos de telefonia são mais populares. Brasil, China e Índia são bons exemplos disso.
Porém, há outro mercado que a Apple começa a perder bastante, por causa do alto preço: a Europa.
A crise que assola o Velho Continente está pegando em cheio os bolsos dos seus cidadãos. O que antes era um dos maiores mercados para a Apple agora está dando lugar a opções mais econômicas e, com isso, aparelhos com Android estão tomando conta do market share. Na Espanha, por exemplo, 92% dos usuários de smartphones usa Android, um número “inquietante” segundo o presidente da Telefonica, a maior operadora do país. Este número típico de países ainda em desenvolvimento é resultado da falta de capacidade econômica da população em investir em aparelhos top de linha, como o iPhone, por exemplo.
Até mesmo a França (que é a terceira economia da União Europeia) está sentindo o peso de um iPhone caro. No início do mês, o presidente da operadora France Telecom expôs publicamente sua opinião de que está cada vez mais difícil para os europeus comprarem o iPhone, pelo seu alto preço.
Há cada vez menos early adopters [na França] e, provavelmente, com a próxima versão do iPhone, isto fique mais evidente. Vender um telefone por US$ 600 está cada vez mais difícil.
Não vamos entrar na questão de que aqui no Brasil o preço do mesmo produto é mais que o dobro disso. São casos bem diferentes e não é o objetivo do artigo. O fato é que na Europa (e até mesmo nos Estados Unidos), 600 dólares não é pouco, comparado com outras opções no mercado. E com a crise, isto fica ainda mais evidente.
Por tudo isso, é bem possível que, para a Apple, não reste muitas alternativas a não ser diversificar sua gama de produtos e reduzir sua margem de lucro, que a tornou rapidamente uma das maiores empresas do mundo. E vendo nesta perspectiva, talvez a ideia de um iPhone mais barato não seja assim tão absurda.
Nesta terça-feira, a Apple apresentará seus resultados fiscais do último trimestre e Tim Cook terá que enfrentar a sabatina de perguntas dos acionistas, que viram as ações da Apple despencar nos últimos meses não por causa da empresa em si, mas devido a joguinhos de Wall Street (que parece confiar mais na falida Dell que na capacidade atual da Apple). E como Cook é um homem de negócios, deve estar se sentindo bastante pressionado em apresentar resultados rápidos.
Esperemos que isto não o faça tomar decisões equivocadas.
Fontes: linkadas no texto