Com o iPhone 14, a Apple deu um passo que na época parecia um pouco ousado: lançou modelos de iPhones nos Estados Unidos que não traziam a bandeja para o chip físico da operadora, funcionando apenas com eSIM.
E mesmo que a expansão para outros mercados acabe sendo inevitável mais cedo ou mais tarde, a chegada em 2025 do iPhone Air apenas com eSIM em todo o mundo está fazendo as operadoras suarem frio.
Para o usuário, isso significa mais praticidade. Mas para as teles, é um sinal de que podem perder a posição de protagonistas na telefonia móvel.
O jornal francês Le Monde destaca o impacto crescente do eSIM (SIM virtual) no setor de telecomunicações, e nos faz entender porque em pleno 2025 a gente ainda tem que lidar com chip físico e a burocracia das operadoras.
Por que o eSIM muda tanto o jogo?
O eSIM é um chip virtual integrado no aparelho. Ele substitui a pecinha de plástico que carregamos há décadas e permite ativar um plano em segundos, apenas escaneando um QR Code.
Também dá liberdade de manter vários números no mesmo celular sem precisar trocar nada fisicamente.
Do ponto de vista do consumidor, é um sonho: mais rápido, mais prático, sem depender de loja.
Para as operadoras, no entanto, é um pesadelo. Isso porque o cliente deixa de precisar do contato direto com elas e passa a ter autonomia total na hora de escolher ou trocar de plano.
Apple acelera o futuro
O eSIM existe há alguns anos, mas sua adoção vinha em ritmo lento.
Agora, com o iPhone Air sem bandeja de SIM físico, a Apple acelera de vez essa mudança. Pela primeira vez, um modelo de alcance global elimina completamente o chip tradicional.
E aqui está o ponto que mais assusta as teles: o risco de que Apple e Google passem a oferecer os planos diretamente dentro do próprio aparelho, transformando as operadoras em meros fornecedores de infraestrutura.
O “pesadelo” das operadoras
Imagina ligar o iPhone novo e, logo na configuração inicial, escolher entre diferentes planos de internet e voz oferecidos pela própria Apple, sem precisar falar com nenhuma operadora.
Esse é o cenário que muita gente no setor já teme.
Um executivo francês resumiu a preocupação:
“A Apple ou o Google poderiam deixar o cliente escolher o plano direto no celular. Isso reduziria nossa capacidade de contato e de oferecer outros serviços.”
Para as teles, o paralelo mais doloroso é com o WhatsApp.
No começo dos anos 2010, o app de mensagens matou o SMS, que era uma das maiores fontes de receita das operadoras. Quem não lembra do presidente da Vivo chamar o WhatsApp de “pirataria pura“, tamanho o desespero em perder a boquinha de uma tecnologia defasada.
Agora, com o eSIM, a ameaça pode ser ainda maior.
Enquanto isso, startups como Airalo e Holafly já vendem planos de dados via eSIM em mais de 200 países, muitas vezes com preços muito menores que os das teles tradicionais.
A Airalo, por exemplo, oferece 3 GB de internet nos EUA por cerca de 9 dólares. No Brasil, até fintechs, como o Banco Inter e o Nubank, já estão nesse mercado.
Se pequenos players conseguem desafiar as gigantes da telefonia, imagine quando Apple ou Google resolverem atuar diretamente.
O que está em jogo
No fundo, o medo das operadoras é se tornarem invisíveis.
O eSIM pode tirar delas o papel de protagonistas na relação com o cliente, deixando apenas a parte menos glamourosa: fornecer a rede que será revendida por outras empresas.
Para os consumidores, isso pode ser ótimo, mais opções, mais concorrência, mais liberdade. Mas para as teles, soa como um alerta vermelho de que o futuro pode repetir a história do SMS: um serviço que parecia imbatível até ser atropelado pela tecnologia.


todo mundo sabe: se o serviço fosse bom, o atendimento fosse bom, os preços fossem bons, não precisaria de “medo”. elas têm medo porque sabem que quando essa mudança vier, vem pra trazer tudo melhor do que elas oferencem…
Exatamente, oferecem serviços e atendimentos porcos e aprovados pela inútil anacartel