Mesmo lutando por diversidade, a Apple ainda evita contratar pessoas de mais idade
O New York Times traz à luz um caso de preconceito envolvendo a Apple. Em uma matéria relacionada ao trabalho na terceira idade, o jornal apresenta a história de J.K. Scheinberg, um ex-engenheiro da empresa que, ao se aposentar, tentou continuar trabalhando em uma Genius Bar (seção da Apple Store que atende clientes com problemas técnicos), mas foi rejeitado. A história traz à tona outras situações envolvendo preconceito com trabalhadores com experiência, mas considerados velhos demais para cargos da Apple e outras companhias de tecnologia.
Scheinberg, que foi um dos engenheiros do processo de migração do Mac OS para processadores Intel em 2005, não foi escolhido por não ter a idade desejada para a função. “Na saída, todos os três entrevistadores me escolheram e disseram: Nós vamos entrar em contato. Mas eu nunca fui procurado“, afirma o engenheiro. Por 21 anos, ele passou por momentos importantes da Apple, quando trabalhou no sistema Rhapsody e no já citado desenvolvimento do Kernel Intel OS X.
O Caso de Scheinberg não é o único na Apple. Em 2010, um funcionário do setor criativo chamado Michael Katz, processou a companhia por não promover pessoas com idade avançada, violando as leis civis do estado da Florida. Na opinião dele, eram escolhidos indivíduos jovens e menos qualificados para a função de criativo na loja, localizada em Orlando. Cada pessoa selecionada para as promoções, segundo Katz, era pelo menos 15 anos mais jovem que ele que, na época, tinha 60 anos. Ele apresentou queixa na Equal Employment Opportunity Commission (EEOC), que considerou plausíveis as reclamações.
Já em 2012, a Apple incluiu o termo “Recém formado” em anúncios de emprego, confirmando que busca preferencialmente pessoas mais novas para ocupar determinados cargos. A EEOC também se envolveu com esse caso. “Em nossa opinião, é ilegal“, disse o advogado da entidade Raymond Peeler.
Mas a discriminação não é exclusividade da Apple. Outras empresas do Vale do Silício seguem o mesmo caminho na contratação de idosos. Twitter, Google, Microsoft e Facebook vêm recebendo processos de funcionários que alegam sofrer esse tipo de preconceito no ambiente de trabalho. O próprio Mark Zuckerberg chegou ao ponto de afirmar que “Os jovens são mais inteligentes” durante uma conferência em 2007. Outro nome importante do mercado, o investidor de risco e co-fundador da Sun Microsystems, Vinod Khosla (que tinha 60 anos na ocasião), disse em 2011 que “pessoas com mais de 45 anos basicamente morrem em termos de novas ideias“.
Sabemos que esse tipo de comportamento no mercado de trabalho não é novidade. No entanto, esses casos mostram que muito do que é dito por essas empresas em relação a igualdade de direitos não condiz com a realidade. Como parâmetro do que acontece nessas empresas, a EEOC tem feito investigações para definir a faixa etária de grupos de trabalhos. No Google, a média de idade dos funcionários é de 29 anos. No território americano a média geral (incluindo todas as profissões) é de 43 anos.
via AppleInsider