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Chefe do Eurogrupo diz que Apple não compreende debate público sobre evasão fiscal na Irlanda

Em resposta às críticas lançadas por Tim Cook à União Europeia, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, diz que a empresa não compreende o debate público sobre evasão fiscal envolvendo a Irlanda. O Eurogrupo, formado por ministros das finanças de países da Zona Euro, tem como objetivo organizar a política econômica do bloco.

Em entrevista ao Wall Street Journal, Jeroen Dijsselbloem afirmou que a Apple ignora questões importantes no cenário europeu. “A resposta da Apple mostra que eles não compreendem o que está acontecendo na sociedade e não percebem o debate público que está acontecendo“. Em sua participação no fórum de Ambrosetti, que acontece na Itália, Dijsselbloem criticou fortemente as declarações de Tim Cook sobre o caso. “Está é uma questão moral, grandes empresas não podem dizer isto sobre nós. Não há nenhum problema acontecendo aqui.“, finalizou.

A reação do político foi desencadeada quando, na semana passada, Tim Cook, atual CEO da Apple, disse que a União Europeia divulgou dados equivocados sobre a porcentagem de impostos pagos e relacionou a condenação a uma “porcaria política total” praticada pela UE. Segundo ele, não há nenhuma irregularidade na relação com o governo irlandês e sua companhia pretende expandir sua atuação no país, construindo na região um novo centro de dados. No entanto, segundo a UE, há irregularidades. A empresa não deixou de pagar impostos, mas recebeu auxílio ilegal que quebram as regras fiscais que vigoram na Europa. Dessa maneira, resolveu condenar a maça a pagar 13 bilhões para o governo da Irlanda por impostos atrasados.

Além do debate empresarial, a situação mostra que há grande divergência entre os Estados Unidos e União Europeia. Como abordamos aqui, o governo americano acompanha de perto essa queda de braço, pois tem como política fomentar que corporações norte-americanas apliquem seus lucros em forma de reservas no exterior. Por outro lado, a União Europeia vem combatendo a evasão fiscal de forma intensa. Com problemas similares, outras gigantes da tecnologia como Google, Facebook e Microsoft, que escolheram a Irlanda para se estabelecer na Europa, encontram dificuldades para seguir ativas no país.

O episódio está longe de um desfecho e pode se estender bastante antes de uma resolução final. A Apple e governo irlandês já disseram que vão recorrer da decisão. Vale lembrar que é antiga a briga de diversos países europeus com a excessiva intervenção que a cúpula da União Europeia tenta exercer sobre seus membros. Isto resulta em recorrentes discussões de algumas nações em permanecer ou não no bloco econômico. O Reino Unido, recentemente, optou por deixar a Comunidade Europeia para ser mais soberano em suas decisões.

via Cult of Mac

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