Vice-presidente da Apple diz que talvez não precisemos mais do iPhone daqui 10 anos
A fala surpreendente de Eddy Cue expõe como a inteligência artificial pode mudar tudo — até mesmo o lugar do iPhone no nosso cotidiano

Durante seu depoimento no processo antitruste do Departamento de Justiça dos EUA contra o Google, Eddy Cue — um dos executivos mais antigos e influentes da Apple — soltou uma frase que fez muita gente parar para pensar:
“Pode ser que você não precise de um iPhone daqui a 10 anos, por mais louco que isso pareça.”
A afirmação não veio de um crítico da Apple, nem de um concorrente tentando provocar. Veio de um dos principais nomes dentro da própria empresa, responsável por toda a divisão de serviços, incluindo o Safari, Apple Music, iCloud e mais.
Cue está na Apple desde os tempos de Steve Jobs e, ao longo dos anos, ajudou a moldar boa parte da experiência digital que conhecemos hoje nos dispositivos da maçã.
O que ele quis dizer com isso?
A fala de Cue surgiu em meio a uma discussão sobre a revolução que a inteligência artificial está trazendo para o setor de buscas — um campo que hoje é dominado pelo Google, mas que está sendo desafiado por ferramentas como ChatGPT, Perplexity e Anthropic.
Para ele, essa transformação é tão profunda que pode redefinir completamente o modo como usamos a tecnologia.
Cue não falou no fim do iPhone, mas sim em irrelevância.
Ou melhor: ele aponta para um futuro em que o modelo atual de interação com smartphones pode se tornar obsoleto diante de assistentes inteligentes que entendem comandos de forma mais natural, antecipam necessidades e estão presentes em novos tipos de dispositivos — como wearables, óculos ou até interfaces invisíveis.
O impacto da frase
Quando um executivo da Apple diz, em voz alta, que o iPhone pode deixar de ser necessário até 2035, isso não é pouca coisa.
É um reconhecimento interno de que uma nova grande onda tecnológica está se formando — e que até mesmo o produto mais icônico da empresa pode ser atingido por ela.
Uma mudança de era?
Desde que foi lançado em 2007, o iPhone não apenas dominou o mercado — ele mudou a forma como vivemos.
Mas, como disse o próprio Cue, os grandes saltos tecnológicos costumam abrir espaço para novos protagonistas. E, neste momento, tudo indica que a próxima grande mudança atende pelas iniciais “IA”.
Aí já dá para entender o grande problema que a Apple tem nas mãos: ela já se deu conta que a IA irá mudar o mundo e se ela não tratar de incorporar completamente este movimento, estará fora do mercado em alguns anos.
E visto que ela entrou atrasada nesse campo, é uma questão de vida ou morte (empresarial) tentar recuperar todo o tempo perdido.

Como analista de sistemas e entendedor de algoritmos, eu acho que há MUITO hype em torno da “IA”, que para começo de conversa não tem absolutamente NADA de inteligência. Nem mesmo artificial. É que é mais fácil e convincente chamar de algoritmo de IA em vez de algoritmo que faz uso avançadíssimo de estatística de peso e medidas.
Este site é excelente e eu me sinto na obrigação de esclarecer esse assunto para os leitores daqui. Quando eu digo que não há absolutamente nada de “inteligência”, não é brincadeira: todas as “IAs” falham miseravelmente em situações um pouco mais complexas. Elas NÃO funcionam sem uma base de treinamento. Não aprendem sozinha sem ter dados atualizados. E tudo o que elas fazem é cuspir palavras que PARECEM fazer sentido para nós, nas na realidade são só ligações de pesos e medidas com palavras que foram adquiridas em base de treinamento.
Me deixa assustado um vice-presidente desse, com formação em Ciências da Computação, soltar uma frase dessa. Ele até pode ter razão na mudança de interação, mas certamente não será pela IA. De novo: nós não temos a MENOR ideia de como a inteligência funciona. Tudo o que temos são só algoritmos que geram base de dados e utilizam dela para cuspir informações que nos parecem fazer sentido.
E por que nos impressiona? Pela nossa mania de querer antropomorfizar tudo! Tudo o que temos agora é processamento bruto linear e paralelo. Isso nunca se traduziu a uma inteligência artificial e muito menos real. A Inteligência está ordens de grandeza acima da nossa compreensão atual.
E, não, não digo que não vamos conseguir. Mas não será dessa forma atual. “IA” (novamente: não há nada inteligente aqui) existe desde a década de 50! O que evoluiu foi a velocidade e novas maneiras de treinar base de dados, de cálculos matemáticos que interpretam aproximações e cia…
O resto é conversa para boi dormir.
É a mesma forma que eu vejo. Infelizmente somos o 0,001%.
/\ “Texto gerado por inteligência artificial” /\
HAHAH
brincadeiras à parte, eu até entendo seu ponto de vista e concordo que é importante a gente manter um olhar crítico sobre os termos usados e as expectativas criadas em torno dessa famosa “IA”… esse nome “inteligência artificial” pode dar margem a interpretações equivocadas pelas pessoas, ainda mais quando a gente fala de “consciência ou cognição humana”… no fundo no fundo a gente está falando de modelos estatísticos complexos, algoritmos de aprendizado, redes neurais e grandes volumes de dados…. daí que vem a parte que concordo contigo… nada disso equivale à “inteligência” no sentido humano :)
só que por outro lado, também não dá pra negar que estamos vivendo um salto tecnológico grande… tipo, vamos comparar com o que existia 10 ou 15 anos atrás… é bem expressivo
as ferramentas baseadas em IA já estão mudando muitos setores, exemplo diagnósticos médicos com maior precisão… previsão de demanda em logística… tradução automática que hoje permite a gente manter conversas em tempo real (além de assistentes virtuais que ajudam desde suporte técnico até criação de conteúdos)
beleza, nem tudo é perfeito, mas vamos combinar que é realmente tudo muito funcional…. e acrescento ainda que tudo isso já está em uso real no dia a dia, e traz ganhos consideráveis
ok ok que concordo contigo que esses sistemas… essas IA, elas não “pensam” por conta própria, mas a capacidade delas de gerar soluções, de recnhecer padrões e adaptar respostas com base em um contexto específico representa, sim e muito, uma inovação prática…. se fosse só “estatística”, como era nas décadas passadas, a gente não ia perceber/ver os avanços que estamos vendo hoje… (inclusive em tarefas criativas como compor música, gerar imagens ou auxiliar no desenvolvimento de códigos, o que muitos colegas meus da área já fazem o bom uso para otimizar tempo e evitar erros que são possíveis de evitar)
enfim… tem muito o que melhorar ainda, sem dúvidas… exemplo: interpretabilidade, autonomia, confiabilidade, etc
mas dizer que nada mudou ou que estamos apenas repetindo o que já se fazia desde os anos 50 talvez ignore o avanço real que a gente teve (vem tendo) em escala, acessibilidade e aplicabilidade… talvez a gente ainda não tem uma “inteligência artificial” no sentido literal do termo, mas já temos algo que, de forma pragmática, está mudando muita coisa do nosso mundo
:)
Carlos, entendo totalmente seu ponto e concordo que tem muito exagero quando se fala de “IA”. Os sistemas de hoje não pensam, não têm consciência e nem chegam perto da inteligência humana. São modelos estatísticos avançados que só funcionam porque foram treinados com um monte de dados. Isso é fato.
Mas dizer que “não tem nada de inteligência” ou que “nada mudou desde os anos 50” talvez seja forçar um pouco. A gente teve, sim, avanços gigantes nos últimos anos: algoritmos melhores, mais poder de processamento e volumes imensos de dados fizeram com que a IA começasse a resolver tarefas complexas que antes eram inimagináveis. Tem áreas em que esses modelos já superam os humanos — tradução automática, análise de imagens médicas, programação, entre outras.
Acho que o VP da Apple não quis dizer que a IA vai virar algo consciente ou mágico até 2035, mas sim que o jeito como a gente interage com a tecnologia vai mudar bastante. E isso já tá rolando: relógios, óculos, assistentes por voz… muita coisa já tá ficando mais natural e menos “tela de celular”.
Enfim, também sou crítico com exageros, mas acho que a IA atual não é só estatística sem graça — tem muita coisa prática e impressionante acontecendo.
Achei um pouco exagerado. Eu não consigo enxergar daqui a 10 anos a gente usando apenas acessórios como cita a matéria, com certeza absoluta os ósculos, relógios etc estarão bem mais avançados. Mas a questão é que não vejo uma rotina comum sem uma tela sequer, pode ser apenas um Tablet “Enrolável” que usaremos para suprir todas as necessidades dentro e fora de casa, mas não consigo enxergar em apenas 10 anos o mundo tão avançado quanto ele citou.