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O coronavírus está atingindo em cheio a Apple

Em janeiro deste ano, falamos aqui de como o fenômeno do novo coronavírus poderia influenciar fortemente no calendário de lançamentos da Apple. E as previsões da época não estavam tão equivocadas.

Desde então, a doença acabou de alastrando de forma mais intensa para outros pontos do planeta, a ponto da OMS já classificar como uma pandemia.

E as consequências parecem estar ainda longe de chegar ao fim.

Don’t Panic

Antes de tudo, vale ressaltar a regra de ouro do clássico Guia do Mochileiro das Galáxias: Não entre em pânico.

É importante separar muito bem o que o COVID-19 significa para a economia, dos seus efeitos para a saúde humana.

Os efeitos que o vírus causa no corpo humano, em grande parte das pessoas, não são muito diferentes da nossa já conhecida gripe. Não é algo que se deva criar pânico, não mais do que a dengue, a chicungunha e tantas outras doenças nas quais temos que lidar em nosso país tropical.

O problema é que, por ser um vírus novo e completamente desconhecido, não se sabe bem como ele age, quando é mais agressivo e quem corre riscos mais sérios.

O Ministério da Saúde brasileiro lançou um aplicativo instrutivo com todas as recomendações do que fazer para evitar o contágio e identificar sintomas. A versão para iOS pode ser baixada neste link.

Efeitos econômicos

Mesmo sendo uma doença que proporcionalmente apresenta baixa porcentagem de mortalidade, o fato de não haver vacinas para ela faz com que a transmissão seja muito rápida. Nenhum humano no planeta possui qualquer anticorpo para combater este vírus, o que faz ele entrar fácil com um simples contato.

E é por isso que os governos estão tomando atitudes radicais para tentar dificultar o contato entre as pessoas, pois basta um estar infectado em uma reunião para a doença se espalhar em proporção geométrica.

Mas se ela não mata (na maioria das vezes), por que tanta preocupação?

O problema não é a doença em si e sim os sintomas que ela causa. Assim como uma gripe, as pessoas precisam parar de trabalhar para ficar em repouso e se recuperar. Quando acontece com um ou dois funcionários, é normal, mas quando metade dos trabalhadores de uma fábrica precisam parar para repousar, o impacto na produtividade é enorme.

E isso atinge todos os setores da sociedade. Um funcionário de uma loja, de uma padaria ou de uma oficina que não pode trabalhar faz com que seja preciso aumentar os gastos contratando substitutos. Isso quando o serviço não deixa de ser prestado, o que é pior e acaba gerando também prejuízos.

No caso da Apple, grande parte das fábricas na Ásia tiveram que parar a produção por semanas. Isso influenciou diretamente na quantidade de produtos disponíveis para a venda.

Na China, as lojas da Apple permaneceram fechadas até esta sexta (13), pois as pessoas não podiam sair de casa. Isso resultou em uma queda de 60% nas vendas de iPhone em fevereiro naquele país. É um prejuízo enorme.

No início da semana, a Apple mandou fechar todas as suas lojas na Itália e nesta sexta está cancelando as oficinas Today at Apple nos Estados Unidos e Canadá.

E isso está sendo feito não porque o vírus seja mortal e perigoso, mas porque ele se espalha muito rápido e deixa seus efeitos onde passa.

Dá para entender por que as Bolsas do mundo inteiro estão preocupadas: o vírus atinge diretamente a produção de produtos e serviços. Então não é bobagem, fantasia ou algo causado pela mídia sensacionalista: é um fenômeno que de fato atinge a economia no seu núcleo mais importante.

As consequências para a Apple estão longe de se resolverem. Apesar da situação na China estar voltando à normalidade de forma bem lenta, no resto do mundo a crise parece estar se expandindo.

Diversos eventos estão sendo cancelados para evitar a aglomeração de pessoas. Isto significa que o tradicional evento de final de março, em que são esperados novos produtos como iPads e até mesmo um novo iPhone no estilo do SE (Special Edition), talvez não aconteça.

Há quem acredite que a própria WWDC, o tradicional encontro dos desenvolvedores que acontece no início de junho, possa ser cancelado este ano. Mas ainda assim é possível que ele aconteça todo online, visto que a Apple já possui uma estrutura que permite visualizar as conferências por vídeo em tempo real.


Ainda teremos que esperar para ver se esta pandemia irá causar consequências ainda mais sérias para a empresa. Talvez tenhamos atrasos nos lançamentos de alguns produtos este ano.

Enquanto isso, cuide-se e não entre em pânico.

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