Eddy Cue tenta explicar por que o Apple TV+ virou apenas Apple TV, mas…

Vice-presidente da Apple tenta justificar o fim do “+”, mas as razões soam mais como discurso de marketing.

Depois de cinco anos no ar, o serviço de streaming da Apple deixou oficialmente de se chamar Apple TV+ e passou a ser conhecido apenas como Apple TV. A mudança, anunciada esta semana, foi explicada por Eddy Cue, vice-presidente sênior de Serviços da Apple, em entrevista ao podcast The Town.

Segundo Cue, o “Plus” foi usado inicialmente para manter consistência com outros serviços pagos da empresa, como o iCloud+ e o News+.

Tudo balela.

A justificativa do +

Eddy Cue afirma que começaram a usar o “Plus” para ser coerente com o nome de outros serviços da empresa.

“Veja, colocamos o ‘plus’ ali porque o usávamos em nossos outros serviços como iCloud+ e News+, fazemos isso quando temos um serviço gratuito e depois há uma versão paga.”

O problema é que essa explicação não se sustenta historicamente.

Quando o Apple TV+ foi anunciado em março de 2019, não havia ainda nenhum outro serviço da Apple com o sufixo “+”. O Apple TV foi o primeiro.

No mesmo dia foi anunciado também o Apple News+, então não existia antes nenhum serviço da maçã que levava esse sufixo. O iCloud+ só foi lançado bem depois, em 2021.

O que o tio Cue parece ter esquecido de mencionar é que o nome na verdade foi “inspirado” em serviços da concorrência na época, como Disney+, ESPN+ e Hulu+. Então tentar justificar com qualquer outra coisa é balela.

O risco da confusão de nomes

Cue também minimizou as críticas de que a mudança pode causar confusão entre o app Apple TV, o serviço de streaming e o dispositivo Apple TV 4K.

Ele argumentou que o público entende essas diferenças e que o nome unificado simplifica a marca. Na prática, porém, a distinção nunca foi tão nebulosa.

O app Apple TV está presente em diversas plataformas, onde o usuário encontra conteúdos comprados no iTunes, assinaturas de canais e agora também o serviço de streaming — tudo com o mesmo nome e ícone.

Ao remover o “+”, a Apple eliminou justamente o único elemento que ajudava a diferenciar o serviço do restante do ecossistema.

Eddy Cue poderia ter se poupado do constrangimento de falar abobrinhas em um podcast e sido mais sincero, respeitando a inteligência do usuário da Apple.

Ele poderia ter dito que a decisão foi tomada por estratégia estética e marketing global.

O nome “Apple TV+” sempre soou mais técnico e menos natural em campanhas e comunicações. Simplificar para “Apple TV” é uma forma de reforçar a identidade visual da marca e torná-la mais direta.

A confusão de nomes continua, mas quem sabe ela não será reparada na mudança de nome do aparelho, que deve receber uma atualização em breve?

Claro que, se isso realmente acontecer, a Apple poderia ter esperado esse lançamento antes de mudar os nomes, mas a Apple sempre foi meio atrapalhada com nomes, até na época de Steve Jobs. Ou ninguém mais lembra que o nome “iBook” originalmente era de um notebook e depois virou uma loja de livros?

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