No momento em que este artigo está sendo escrito, o aplicativo Celular Seguro lidera a lista dos apps mais baixados na App Store. Isso porque muita gente se interessou pela ideia de ter como se proteger em caso de celular roubado/furtado.
Porém, há quem ache uma boa ideia testar o serviço para ver se ele funciona mesmo. Resultado: essas pessoas estão bloqueando o próprio celular e fazendo ele parar de funcionar com sua operadora.
O aplicativo se propõe a ser uma forma de avisar rapidamente os serviços de telefonia e bancários quando um celular é roubado ou furtado. Com isso, tanto o IMEI do aparelho quanto o acesso aos aplicativos de banco são bloqueados, dando tempo ao proprietário para proteger seus dados.
➽ A iniciativa Celular Seguro está longe de ser perfeita para casos de roubos de iPhone
Nem tudo é perfeito, mas já é alguma coisa.
O problema é que os próprios usuários estão tentando testar o serviço por conta própria, ativando falsas notificação de roubo. E com isso, acabam sofrendo todas as consequências de um delito real.
O que acontece quando se ativa o serviço
É crucial entender que o roubo ou furto de um celular vai além da perda material do dispositivo. Esse incidente marca o início de uma jornada repleta de complicações para a vítima.
Hoje em dia o perigo é o que o ladrão é capaz de fazer ao ter acesso ao celular.
Com praticamente toda nossa vida digital armazenada em nossos celulares, os prejuízos podem ser devastadores: desde o esvaziamento de contas bancárias até a contratação de empréstimos em nome do proprietário, o que pode acarretar sérias dívidas.
É por isso que o aplicativo tenta agilizar um serviço que sempre existiu: o bloqueio do IMEI do celular e a comunicação aos bancos. Ele simplifica estes procedimentos, na tentativa de fazer com que o processo ocorra mais rapidamente.
Esse app busca simplificar e agilizar estes processos, reduzindo assim o tempo disponível para os criminosos agirem.
Já vimos aqui que o sistema nem é tão rápido quanto deveria e ainda dá bastante tempo para o meliante fazer um bom estrago. Porém, são tentativas de solução que podem ser aprimoradas com o tempo.
Mas como sempre, tem gente fazendo mau uso da ferramenta.
Complexo de Homer Simpson
O acesso à tecnologia avançou tão rápido nos últimos anos que nem todos estão preparados para usá-la de forma correta.
Infelizmente, há muitos brasileiros que acham uma boa ideia “testar” o serviço para ver se funciona.
Nesta semana, apareceram vários casos nas redes sociais de pessoas que estão registrando uma falsa ocorrência no aplicativo, para ver o que acontece.
Já outros estão bloqueando os aparelhos dos contatos de confiança, de forma intencional ou não.
E a desinformação vai além, com usuários registrando roubos que aconteceram no passado e, consequentemente, bloqueando o aparelho atual.
Falta informação?
Talvez a iniciativa esteja pecando por não informar suficientemente dos riscos de se usar o serviço de bloqueio e de como isso pode ser benéfico para quem sofre o roubo de um celular, mas um problema para quem não passou por isso.
É claro que é sempre difícil lançar um novo aplicativo que já preveja todos os problemas de uso que ele terá na vida real. Nem mesmo a Apple consegue, e é por isso que vemos constantes atualizações em seus sistemas.
Esse desafio se torna ainda mais complexo em um país onde a valorização da educação tem declinado ano após ano. Em contextos como esse, a necessidade de dobrar os esforços em relação à conscientização e educação sobre o uso de novas tecnologias se torna ainda mais importante.
A eficácia de tais iniciativas depende não apenas do avanço tecnológico, mas também da capacidade de educar e informar a população sobre seus benefícios e limitações.
