História

[História] O dia que a Microsoft fez um funeral para o iPhone

O histórico de declarações e atitudes vergonhosas da Microsoft é longo, principalmente nos tempos em que ela era comandada pelo lunático Steve Ballmer.

E um dos mais marcantes foi um verdadeiro funeral que a empresa organizou no lançamento do Windows Phone, marcando o que seria a morte do iPhone.

E se analisamos hoje a situação dos dois celulares, tudo fica ainda mais patético.

Acomode-se bem para ler um pouco sobre um dos maiores momentos “vergonha alheia” que a Microsoft passou na sua história.

Windows Phone 7

O ano era 2010 e a Microsoft estava se preparando para lançar o seu novo sistema para smartphones.

A pressão sobre a empresa era enorme. O iPhone havia revolucionado a noção de “smartphone” e os celulares com o Windows CE estavam perdendo mercado de forma vertiginosa. Algo precisava mudar essa situação.

Relembre a história:
ARQUIVO BDI: Como o iPhone está matando o mercado do Windows Mobile

O Windows Phone 7 era a esperança de retomar o domínio do mercado.

Então alguém dentro da empresa achou uma boa ideia promover um funeral fake nas ruas de Redmond (EUA), para celebrar a suposta “morte do iPhone” que aconteceria após o lançamento do novo sistema.

A mensagem era que, com o lançamento do Windows Phone 7, as pessoas poderiam se desfazer dos outros celulares, pois o novo sistema da Microsoft veio para “enterrar” os smartphones da concorrência.


O funeral

O evento teve direito até a um rabecão, com as pessoas de preto segurando um caixão feito de papelão. Dentro dele, estaria o iPhone.

Funeral iPhone

“Enterrando a concorrência”. A-hã…

O desfile contou inclusive com uma dancinha de Thriller, de Michael Jackson, coreografado pelos funcionários.

YouTube video


O que deu errado

Apesar de toda essa pompa no lançamento, as coisas não andaram como a Microsoft imaginou.

O Windows Phone até teve um certo sucesso nos primeiros anos, mas nunca chegou nem perto de arranhar a popularidade do smartphone da Apple.

A interface gráfica do sistema buscava se diferenciar do estilo tradicional de ícones utilizado por celulares Android e iOS.

Ela se baseava em uma navegação por grupos de grandes blocos coloridos , com informações em tempo real sobre os respectivos conteúdos.

Alguns achavam isso revolucionário, mas a maioria dos usuários a considerava confusa e pouco intuitiva.

Além disso, o celular não contava com uma grande variedade e atualização de aplicativos e muitos apps populares ficaram de fora do celular.

O Google deixou de dar suporte aos apps do Gmail e YouTube, o que fazia os usuários desses serviços terem problemas ao acessá-los. Quem tentava mandar e-mails pelo sistema tinha as mensagens truncadas e cheia de códigos inúteis.

A resposta da Microsoft para este problema? Eles diziam que o Gmail não era um produto deles e que o usuário é quem deveria configurar direito os ajustes. O engraçado é que na mesma época o iOS não apresentava este problema, integrando o Gmail perfeitamente ao sistema sem necessidade de grandes configurações.

E imaginar que, um dia, Steve Ballmer disse que o iPhone “não era muito bom para e-mails”…

Além disso, a empresa deixou os usuários na mão quando lançou o Windows Phone 8, que não era nada compatível com as versões anteriores. Quem tinha comprado celular antes disso, ficou preso no sistema velho, sem suporte algum.

Completo fracasso

Isso e muito mais coisas resultaram no gigantesco fracasso do Windows Phone, que permaneceu como um zumbi moribundo (lembra da dancinha do Thriller?) durante alguns anos, até ser oficialmente encerrado em 2020.

E o engraçado é que a Microsoft não fez um funeral para o Windows Phone quando encerrou o projeto.

Aliás, ninguém fez. De tão insignificante que o sistema se tornou.

Eu dou a culpa à soberba de quem comandava a Microsoft na época. Steve Ballmer acreditava que o Windows a tornou a maior empresa tecnológica dos anos 90/00 e por isso achava que o mesmo sistema continuaria mantendo a empresa no topo por décadas.

Faltou visão.

Por exemplo, Steve Jobs tinha certeza que o iPhone seria uma revolução no mercado de telefonia e deixou isso claro na apresentação de janeiro de 2007. Mesmo assim, usou como argumento o próprio aparelho, sem falácias ou demonstrações de superioridade.

Imagine se a Apple faria um evento de funeral esculachando os concorrentes. Não tem nem como imaginar algo do tipo.

Isso só poderia acontecer em uma empresa comandada por Steve Ballmer.

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