Executivos da Apple se reunirão para tratar sobre a vergonhosa IA da empresa

A Apple enfrenta uma crise em sua plataforma de inteligência artificial, a Apple Intelligence, e a situação deve ser o principal tema da reunião anual “Top 100” desta semana, que reúne os 100 executivos mais importantes da empresa.
Desde o anúncio da tecnologia, a recepção tem sido negativa, com atrasos constantes e funcionalidades que não se comparam às de concorrentes como Google e OpenAI.
A crise, que ficou enrustida durante meses, repercutiu na mídia depois que John Gruber escreveu um longo texto apontando como o anúncio da nova Siri foi feito sem ter um produto ainda iniciado. Ming-chi Kuo também reverberou as críticas.
Mark Gurman trouxe nesse final de semana algumas informações do que está acontecendo internamente na empresa, depois do estouro do fiasco.
Promessas vazias e atrasos constantes
Quando a Apple Intelligence foi apresentada na WWDC 2024, a expectativa era alta. No entanto, desde então, a empresa tem enfrentado dificuldades para entregar os recursos prometidos.
Um dos exemplos mais emblemáticos foi a atualização da Siri, que deveria incluir melhorias como reconhecimento de contexto, consciência da tela e maior controle por voz.
Agora, esses avanços foram adiados indefinidamente, apesar da Apple ter promovido essas funções em campanhas publicitárias por meses.
O chefe da Siri, Robby Walker, chegou a classificar a situação como “vergonhosa, feia e decepcionante“, reconhecendo que a Apple errou ao divulgar funcionalidades que não estavam prontas.
A empresa até chegou a exibir comerciais promovendo as melhorias na assistente virtual, mas recentemente retirou essas campanhas do ar.
Culpa compartilhada, mas sem mudanças na liderança
A crise no Apple Intelligence não se deve a um único erro, mas sim a falhas generalizadas em diversas áreas da empresa.
O marketing, comandado por Greg Joswiak e Bob Borchers, promoveu uma tecnologia inacabada.
O setor de engenharia de software, liderado por Craig Federighi, não conseguiu integrar os novos recursos de forma convincente. Já o grupo de IA de John Giannandrea falhou na criação de uma base tecnológica funcional.
Mesmo diante desse fracasso coletivo, a expectativa é que a Apple não faça mudanças na liderança.
Admitir publicamente os erros seria uma atitude rara para a empresa, além de indicar que a contratação de Giannandrea, ex-Google e um dos maiores nomes da IA, não foi suficiente para colocar a Apple na vanguarda do setor.
Com isso, os executivos devem tentar contornar a crise com a equipe atual.
O que esperar da reunião “Top 100”
A reunião “Top 100” é uma tradição iniciada por Steve Jobs, onde os principais executivos da Apple se reúnem fora do campus de Cupertino para discutir o futuro da empresa.
Neste ano, a Apple Intelligence será o assunto central, já que os atrasos e a má recepção do público colocam em xeque a estratégia da companhia para IA.
O encontro deve servir para definir os próximos passos da Apple diante do crescente avanço da concorrência no setor.
A empresa terá que convencer consumidores e investidores de que ainda pode competir na corrida da inteligência artificial ou corre o risco de ficar para trás em um dos mercados mais importantes da atualidade.