Apple celebra os 10 anos do Apple Pay, que tem futuro incerto por causa das regulações europeias
Agora em outubro o Apple Pay está comemorando uma década de existência, e a Apple fez questão de ressaltar isso em um comunicado para a imprensa.
Desde seu lançamento, em 20 de outubro de 2014, o serviço evoluiu de uma novidade restrita aos Estados Unidos para uma plataforma global, transformando a forma como as pessoas realizam transações em lojas físicas e online.
Ao longo desses 10 anos, o Apple Pay alcançou 78 países, milhões de usuários e mais de 11.000 bancos e serviços financeiros parceiros.
No entanto, enquanto celebra seu sucesso, a Apple se prepara para um novo cenário regulatório na Europa que pode redefinir o futuro do serviço.
A evolução do Apple Pay
O Apple Pay foi lançado em outubro de 2014, com foco inicial no mercado norte-americano.
A ideia era simples, mas poderosa: transformar o iPhone e o Apple Watch em meios de pagamento rápidos e seguros, dispensando o uso de cartões físicos.
Utilizando a tecnologia NFC (Comunicação por Campo de Proximidade) e o sistema de segurança do Face ID ou Touch ID, a Apple ofereceu uma experiência simplificada que logo se tornou um padrão de conveniência.
A adoção inicial foi rápida e, em 2015, o Apple Pay já estava disponível em países como Canadá, Reino Unido e Austrália. A expansão continuou gradualmente, chegando à Europa em 2016.
Na América Latina, demorou um pouco mais.
Apple Pay no Brasil
O Apple Pay foi lançado no Brasil no dia 4 de abril de 2018, cerca de três anos e meio após seu lançamento inicial nos Estados Unidos, sendo o primeiro país da América Latina a receber o serviço.
Inicialmente, o Apple Pay foi disponibilizado apenas para clientes do banco Itaú, mas, com o tempo, outros bancos e instituições financeiras passaram a oferecer suporte ao Apple Pay, ampliando o número de usuários e a aceitação do serviço no país.
É inegável que em nosso país o serviço ajudou a popularizar os pagamentos por aproximação. Na época, cerca de 80% das maquininhas já eram compatíveis com NFC, mas como ninguém usava, era preciso ensinar a muitos lojistas como funcionava o pagamento.
Com o aumento da demanda, as emissoras de cartão começaram a incorporar o NFC nos próprios cartões de plástico, o que fez com que a tecnologia se popularizasse de vez. Hoje, é raro encontrar um lugar em que não ofereça o pagamento por aproximação.
Mas a grande vantagem do Apple Pay continua sendo a praticidade de não precisar andar com a carteira no bolso. Tudo pode ser feito pelo celular ou até mesmo pelo relógio.
Os números do Apple Pay
Para celebrar esses 10 anos, a Apple divulgou estatísticas que ressaltam o impacto global do serviço. De acordo com a vice-presidente Jennifer Bailey, responsável pelo Apple Pay, pesquisas mostram que 90% dos usuários consideram o Apple Pay fácil de usar, 88% elogiam a privacidade oferecida e 87% se sentem seguros ao realizar pagamentos por meio da plataforma.
Nos Estados Unidos, uma pesquisa revelou que 98% dos usuários recomendariam o Apple Pay a amigos e familiares, demonstrando uma sólida base de satisfação e lealdade.
O desafio da regulamentação europeia
Apesar do sucesso global, o Apple Pay enfrenta novos desafios na Europa.
Sob o regulamento Digital Markets Act (DMA), a União Europeia está exigindo que a Apple abra o acesso ao chip NFC dos seus dispositivos para outros serviços de pagamento.
Até agora, o Apple Pay era o único serviço autorizado a usar essa tecnologia no iPhone, o que lhe conferia uma vantagem competitiva clara.
Essa mudança pode abrir as portas para que serviços rivais, como o Google Pay e outras soluções locais, também utilizem o NFC do iPhone.
Essa é uma transformação significativa no mercado de pagamentos móveis, e ainda não se sabe exatamente como isso afetará a posição da Apple no velho continente.
Bancos e outras instituições financeiras poderão incentivar seus clientes a adotar essas soluções concorrentes, forçando a Apple a repensar suas estratégias na região.
A abertura do chip NFC é vista como uma tentativa da União Europeia de aumentar a competitividade e evitar o monopólio em certos setores digitais.
O futuro dirá se o Apple Pay conseguirá manter sua dominância em um mercado onde, até agora, não enfrentava uma concorrência direta nos dispositivos Apple.