Apple admite que tarifas vão lhe custar US$ 900 milhões — e isso pode afetar você também
Empresa ainda segura os preços, mas alerta que isso pode mudar nos próximos meses

Durante a divulgação dos resultados do segundo trimestre fiscal (que cobre janeiro a março), o CEO da Apple, Tim Cook, revelou um número que chamou atenção: as tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos vão representar no próximo trimestre fiscal um custo adicional de US$ 900 milhões para a empresa.
Cook foi transparente ao explicar que essa conta bilionária está sendo absorvida pela empresa, pelo menos por enquanto. Ou seja, os consumidores ainda não sentiram o impacto no bolso.
Mas ele fez questão de alertar: isso pode mudar nos próximos meses, já que as condições atuais que ajudam a conter os custos são específicas deste trimestre.
Apple acelera saída da China e diversifica produção
Para reduzir sua vulnerabilidade às tarifas norte-americanas, a Apple está promovendo uma mudança importante na sua cadeia de produção global.
Segundo o próprio Cook, a maior parte dos iPhones vendidos nos EUA neste trimestre já virá da Índia. Já produtos como iPad, Mac, Apple Watch e AirPods serão enviados principalmente do Vietnã.
A China continua sendo o principal polo industrial da empresa, mas agora mais focada na produção para mercados fora dos Estados Unidos.
Produtos ainda escapam das tarifas mais pesadas — por enquanto
A boa notícia é que os principais produtos da Apple — como iPhones, iPads, Macs, Apple Watch e Vision Pro — ainda não estão sujeitos às tarifas recíprocas anunciadas em abril.
Isso porque o governo norte-americano está conduzindo uma investigação (chamada de Seção 232) sobre a cadeia de semicondutores.
Por outro lado, algumas categorias específicas, como acessórios e serviços (AppleCare, por exemplo), já enfrentam tarifas combinadas que podem ultrapassar 145% em alguns mercados — especialmente nas vendas feitas para a China.
E no Brasil?
Embora o impacto direto ainda esteja restrito aos EUA e à China, essas mudanças têm reflexos no mundo todo.
Se os custos continuarem subindo, é possível que a Apple decida repassar parte desse valor aos consumidores em outros países — inclusive no Brasil, onde os preços já são elevados devido a impostos locais.
