Nas comemorações do Dia da Terra (22 de abril), a Apple divulgou um relatório de responsabilidade ambiental em que detalha as ações que tomou e pretende tomar para contribuir para o meio ambiente.
E entre os diversos pontos levantados, um deles chama bastante a atenção: a decisão de buscar minérios reciclados e não mais oriundos de extrações minerais.
Na verdade, eles não dizem como irão fazer isso; inclusive, dizem que não sabem como. Lisa Jackson, vice-presidente de iniciativas ambientais, políticas e sociais da empresa, comenta:
Nós estamos fazendo algo que raramente fazemos, que é anunciar uma meta antes de descobrirmos totalmente como fazê-la. As pessoas estão acostumadas com a Apple anunciando alguma coisa e no dia seguinte ela já estar disponível. Então, estamos um pouco nervosos, mas também achamos que é realmente importante, porque acreditamos que é para onde a tecnologia deva caminhar.
Mas ela deixa claro que esta mudança não será da noite para o dia.
Haverá uma longa transição, em que eles terão que descobrir como manter a mesma qualidade dos produtos, usando materiais reciclados, além de mudar toda uma cultura da indústria atual. Aliás, este tema não é novo na Apple.
No início de 2016, eles começaram a colocar em funcionamento o robô LIAM, capaz de desmontar automaticamente um iPhone 6s para que todas as peças e materiais sejam reciclados.
Ela irá conseguir? Esperamos que sim, apesar de sabermos que não será uma tarefa muito fácil.
Ela precisa convencer fornecedores e fábricas parceiras a fazer isso, e mudar processos que existem há décadas nunca é algo fácil. Porém, se ela conseguir, toda a indústria poderá segui-la, o que seria ótimo para o mundo inteiro.
Se você for bom no inglês, confira um trecho de uma entrevista que Lisa Jackson deu a um programa da HBO americana:
Em uma parte do vídeo, a repórter pergunta se tornar os aparelhos mais fáceis de reparar não seria algo também mais ecológico.
Lisa responde que isso parece algo simples de dizer, mas que a tecnologia é mais complexa. “Tecnologia é algo realmente complexo; para fazer tudo funcionar é algo sofisticado, que garanta sua segurança e privacidade, além de que ninguém lhe forneça peças de má qualidade“.
Recentemente, a Apple teve que perder tempo na justiça com o tal Erro 53, que fazia o aparelho parar de funcionar caso a tela e o Touch ID fossem trocados em assistências não oficiais (chegamos a comentar isso aqui).
