Desde a WWDC do ano passado, uma dúvida pairava no ar: o que aconteceu com a nova Siri prometida com tanta empolgação? Um ano depois, ela ainda não chegou — e agora a Apple finalmente tentou dar explicações.
Mas a forma como isso foi feito chamou tanta atenção quanto o conteúdo da resposta.
Em vez de participar do tradicional podcast The Talk Show com John Gruber — algo que Craig Federighi e Greg Joswiak faziam religiosamente há uma década — os executivos optaram por dar entrevista a Joanna Stern, do Wall Street Journal, deixando claro que preferiram evitar o confronto direto com um dos críticos mais respeitados (e até então mais aliados) da empresa.

O que Apple revelou sobre a “nova” Siri?
Craig Federighi explicou que o desenvolvimento da nova Siri passou por duas versões distintas de arquitetura.
A primeira (v1), segundo ele, foi usada nas demonstrações de 2024 e parecia promissora — mas acabou se mostrando limitada demais para os padrões de qualidade da empresa.
Quando perceberam que não conseguiriam entregar o que haviam prometido, decidiram abandonar o projeto e apostar tudo na segunda arquitetura (v2), ainda em andamento.
“As limitações da arquitetura v1 não nos permitiam atingir o nível de qualidade esperado pelos nossos clientes”, disse Federighi, em tom defensivo.

Greg Joswiak foi direto ao responder às acusações de que as demos da Siri na WWDC 2024 teriam sido montagens.
“Não! Filmamos um software real, com modelo de linguagem real, e pesquisa semântica real.”
A ênfase, no entanto, pareceu menos uma demonstração de força e mais uma tentativa de estancar a perda de confiança.
A ausência que falou mais alto
A recusa da Apple em participar do Talk Show de Gruber foi vista por muitos como um gesto revelador.
O próprio Gruber foi um dos primeiros a levantar suspeitas sobre a autenticidade da Siri apresentada em 2024, lembrando que a imprensa presente na época não teve acesso prático à assistente durante as demos.

Para muitos seguidores da marca, ele apenas verbalizou o que já se tornava um sentimento comum: a Apple havia vendido uma promessa antes da hora.
Ao optar por uma entrevista controlada e evitar o confronto com críticas diretas, a Apple deixou transparecer algo raro: incômodo.
Uma crise de confiança?
A Apple sempre se destacou por fazer promessas que — cedo ou tarde — se concretizavam.
Mas, com a chegada da era da inteligência artificial generativa, a empresa parece ter sido forçada a correr atrás da concorrência. A nova Siri era a resposta esperada.
O problema é que, até agora, essa resposta ainda não chegou.
Os executivos garantiram que as funcionalidades prometidas em 2024 serão entregues — mas não deram prazo. E a julgar pelo ritmo atual, não se espera que a nova Siri chegue antes de 2026.
No fim, a pergunta permanece
Se a arquitetura antiga não era suficiente, por que mostrá-la ao mundo como se estivesse pronta?
Por que vender uma revolução que, um ano depois, ainda nem saiu do laboratório?
E mais importante: será que a Siri atual, que segue limitada, representa mesmo os tais “padrões de qualidade” da Apple?
Enquanto isso, a empresa tenta conter danos, reposicionar a narrativa e reconquistar a confiança de um público que, se antes era só entusiasta, agora observa com um olhar mais crítico.
E a nova Siri virou, por enquanto, apenas mais uma promessa em meio a um mercado de IA que não espera ninguém.

Fiquei procurando a imprensa em geral incluindo vcs, se mostrarem insatisfeitos com o ios26 já que na minha visão não aconteceu nada a não ser, como dizem, colocaram uma nova skin. Todas as mudanças foram pequenos ajustes e no principal que diz respeito a inteligência artificial não teve quase nada. Atualmente tenho um iPhone 16 plus. Para mim é muito decepcionante ter um aparelho caríssimo que se demonstrou igual a todos os outros. Concorda discorda?
Ué, mas nós falamos disso aqui: https://blogdoiphone.com/opiniao/ios-26-liquid-glass-redesign-ou-evolucao/