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Apple e Google retiram da App Store o popular aplicativo ProTube

Desde que o YouTube deixou de ser um aplicativo nativo do iOS, o Google mantém um app dedicado para seu serviço de vídeos. Porém, ele sempre foi bastante limitado: não permite escutar o áudio em plano de fundo, não permite Picture-in-Picture (PiP) no iPad (deixa usar outros aplicativos enquanto assiste o vídeo) e é cheio de propagandas. Com isso, alguns apps alternativos apareceram na App Store, facilitando demais a vida dos usuários.

Um dos mais populares desses, o ProTube, acaba de ser retirado da App Store, por pressão do Google.

O ProTube tinha diversas vantagens em relação ao app oficial. Permitia visualizar vídeos em 4K a 60 fps, além de deixar o aplicativo em plano de fundo, para continuar escutando enquanto mexe em outras coisas no aparelho. Ele também tinha um modo “audio only” para escutar um vídeo usando muito menos banda de internet.

O desenvolvedor do aplicativo, Jonas Gessner, explicou em seu site os detalhes da sua briga com o Google. Desde o ano passado o gigante das buscas vem pressionando para que o ProTube retire todos estes diferenciais que, segundo a empresa, ferem os Termos de Uso do serviço.

A primeira vez que o YouTube pediu para a Apple remover meu app foi há mais de um ano, inicialmente apenas afirmando que meu aplicativo viola seus termos de serviço. Isso foi um pedido genérico de retirada, que enviaram para vários outros aplicativos de YouTube de uma só vez. Mais tarde começaram a entrar em mais detalhes, informando que eu não poderia vender o app pois viola seus Termos de Serviço. Basicamente queriam que eu removesse todos os recursos que fazem o ProTube ser o que é – que inclui player que permite reproduzir vídeos de 60fps, reprodução em plano de fundo, o modo somente áudio e muito mais. Sem essas características, o ProTube não seria melhor que o app oficial do YouTube e é exatamente o que eles queriam. O YouTube quer vender seu serviço de assinatura YouTube Red (US$10 por mês) que oferece muitos recursos que ProTube também oferecia por um preço menor fixo.

Gessner diz que, mais cedo ou mais tarde, ele teria que retirar o aplicativo do ar para evitar uma cara ação judicial, mas queria ter conseguido atualizar o app para o iOS 11, o que permitiria que usuários que já compraram pudessem continuar usando por mais tempo. Mas a Apple acabou cedendo aos pedidos do Google e retirou o aplicativo da loja no dia 1º de setembro, antes mesmo e passar a aceitar atualizações para o novo sistema.

Claro que os termos de uso visam proteger a maneira como o YouTube funciona para gerar dinheiro, afinal, o Google vive substancialmente de propagandas. Mas é curioso notar como o app oficial do YouTube poderia ser muito melhor do que é, sem sacrificar o usuário por causa do seu modelo de negócios. O ProTube era popular porque tornava a vida do usuário mais fácil. Simples assim.

O Google sabe disso e até criou uma modalidade de assinaturas (o YouTube Red) que traz vantagens como escutar áudio em segundo plano, baixar vídeos e áudios para assistir off-line, além de eliminar todas as propagandas. Porém, cobra US$9,99 por mês, o que é mais caro que a assinatura do Netflix nos EUA. Por mais fã que se seja do YouTube, não tem como compará-lo com o Netflix em termos de riqueza de conteúdo e opções de qualidade.

O fato é que o modelo de negócios do Google é a publicidade, e por isso a experiência do usuário nunca ficará em primeiro plano. O importante é ele visualizar o banner e clicar nele, o resto, que se adapte.

No ano passado, nós comentamos aqui sobre alguns aplicativos que permitem visualizar vídeos do YouTube de forma menos penosa. Dê uma olhada e baixe-os logo, antes de também desapareçam da App Store.

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