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Apple volta a ter direito à patente “pinch to zoom” relativa ao multitoque no iPhone

Pinch to zoom

Em julho deste ano, o escritório norte-americano de marcas e patentes invalidou uma das mais importantes patentes da Apple em relação ao iPhone, a chamada “patente Steve Jobs“, que determina como funcionam os gestos multitoque no iPhone (tecnologia que foi amplamente copiada pelos concorrentes). Esta patente foi bastante conhecida pelo “pinch to zoom” (movimento com dois dedos usado para dar zoom na tela), mas engloba outros elementos.

Agora, o mesmo escritório (USPTO) revalidou a patente e considera que ela pode ser registrada.

Permitam-me contar um caso pessoal: antes de 2007, eu estava procurando uma solução para minha necessidade de levar comigo minha vida digital, como músicas, vídeos (para assistir no caminho para o trabalho), emails, poder acessar sites da internet e ter ferramentas de organização (como agenda, Excel, etc). Na época, a moda eram os aparelhos tipo Palm, que possibilitavam levar no bolso tudo isso que eu precisava, o que me fez pesquisar no mercado as opções que se encaixassem nas minhas necessidades.

Testei em lojas diversos modelos, mas todos tinham algo que me incomodava muito: só podiam ser manipulados usando uma “canetinha”, coisa que sempre odiei. Eu até testava as telas para ver se, caso eu perdesse o tal acessório, conseguiria manejar o conteúdo, mas era bem difícil. Era preciso apertar a unha contra a tela e mesmo assim, nem sempre funcionava de forma precisa. Então desisti do Palm e esperei que surgisse algo que funcionasse para mim.

Era assim o mundo dos aparelhos “sensíveis ao toque” que existiam no mercado.

Aí Steve Jobs apresentou o iPhone no dia 9 de janeiro de 2007. Um aparelho que não precisava de canetinha para manipular, pois funcionava de forma maravilhosa com o simples toque dos dedos. Nada de pressionar a tela ou forçar nada, bastava simplesmente tocar e deslizar. Na época, isso era realmente “mágico” e quem não presenciou esta mudança “ao vivo”, não entende hoje como foi revolucionário este novo jeito de interagir com telas sensíveis ao toque.

Apresentação do primeiro iPhone

Para a Apple, não foi fácil reinventar a roda. Eles conseguiram criar uma maneira de fazer um sistema de toques múltiplos que ignorasse toques não-intencionais, de forma precisa e acurada, tudo isso apenas com os dedos. Até então, nenhum outro dispositivo no mercado conseguia fazer isso e esta é uma das razões do iPhone ter impressionado tanto o mundo inteiro.

Meses depois, os concorrentes começaram a tentar lançar dispositivos na mesma linha, mas a qualidade do toque estava a quilômetros de distância daquela apresentada pela Apple. Só com o tempo, os concorrentes começaram a reproduzir algo parecido, baseados no que conseguiram copiar do iPhone. A razão de Jobs ter declarado uma “guerra termo-nuclear” contra o Android foi justamente o fato deles terem copiado isso, de forma desonesta (no ponto de vista da Apple).

É tudo isso (e não apenas o simples gesto “pinch to zoom“) que a Apple procurou patentear, para garantir sua criação. Claro que é graças a esta cópia que temos hoje muitas opções no mercado e quem não pode comprar um dispositivo Apple (muitas vezes por causa do preço elevado), defende que todos deveriam poder usar esta “invenção” livremente (para eles também terem acesso a ela). Mas o sistema de propriedade intelectual nem sempre funciona assim.

Se repararmos no mercado, as empresas que tiveram um mínimo de decência e caráter para não copiar a Apple, estão hoje em dificuldades financeiras, mesmo ex-gigantes. Nokia foi vendida para a Microsoft, a Motorola para a Google e o BlackBerry tem seu futuro incerto para muitos. A Samsung, que foi a que mais copiou de forma quase desonesta tudo o que a Apple fez, está dominando o mercado de Androids, esmagando sua concorrência direta (como HTC e outros).

Até que ponto é justo as empresas que não copiam a Apple irem para a falência e as que copiam, ficarem ricas? É isso que o sistema de patentes tenta regulamentar, o que resulta nas cansativas e longas batalhas judiciais que ninguém mais aguenta.

Com a volta da patente “Steve Jobs”, o Android corre sérios riscos de enfrentar problemas no futuro. E as longas e cansativas disputas judiciais continuarem ainda por muito tempo.

fonte FOSS Patents

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