Com a quase confirmação de que a Apple realmente vai começar a montar iPads no Brasil (através de sua parceira Foxconn), a pergunta que mais se ouve por aí é a mesma do título desta matéria. Ficará mesmo mais barato? O preço ficará menor que nos Estados Unidos? E o lançamento dos produtos será ao mesmo tempo que o resto do mundo? E teremos com isso uma Apple Store física?
Veja estas e outras respostas na nossa análise.
Hoje, o preço dos produtos da Apple no nosso país é um dos mais caros do mundo. O iPad básico (16GB Wi-Fi), por exemplo, é normalmente vendido por R$1.649, ou seja, mais de mil dólares. Nos Estados Unidos, o mesmo modelo custa US$499 + impostos (em NY sai por US$543), ou seja, a metade.
Peso dos impostos
A princípio, não há muita lógica da Apple produzir no Brasil os seus produtos, pois temos uma gigantesca carga tributária. O próprio Steve Jobs desabafou isso quando um Secretário do município do Rio de Janeiro convidou a empresa a abrir uma loja na cidade (leia o artigo a respeito), chamando de “maluca” nossa política tarifária. Fabricar na China será sempre mais vantajoso no ponto de vista econômico. Mas então, por que produzir no Brasil?
O pulo do gato são os enormes incentivos fiscais que os governos federal, estadual e até o municipal (caso a fábrica se instale realmente em Jundiaí) estão dispostos a conceder para a Apple. Com menos taxas, a oferta pode ficar realmente atrativa para a Maçã aproveitar a estratégica localização geográfica para distribuição nas Américas. Em contrapartida, isso geraria milhares de empregos no Brasil, o que compensaria muito a isenção de impostos.
Segundo analistas, o preço dos produtos produzidos no país pode baixar em até 31% para o consumidor brasileiro. Isso significa que o iPad 2 poderia chegar às prateleiras custando R$500 a menos, ou seja R$1.149,00. Para quem ainda acha caro, saiba que este preço é equivalente ao praticado atualmente na Europa, por causa dos royalties que são cobrados pela marca em toda a venda feita fora dos EUA.
Veja a matéria sobre isso que o Jornal da Globo mostrou ontem (apesar de eu não entender de onde eles tiraram os valores que apresentaram):
Lançamento mundial
Ao contrário do que poderia-se imaginar, a produção no Brasil não significa que o iPad (e futuramente o iPhone) seja incluído no grupo de países que o receberá primeiro. Isso sempre dependeu das estratégias de marketing e não de distância da produção. Atualmente, o Brasil não é proporcionalmente um dos maiores mercados consumidores da Apple. A Europa vende em um final de semana o que nós levamos três meses, o que faz com que fiquemos para trás nas prioridades da Maçã. Claro que isso tudo pode mudar com a queda de preços; quanto mais comprarmos, mais atrairemos a atenção do setor financeiro de Jobs. Mas isso, só o tempo pode concretizar.
Apple Store
Com a redução de impostos e uma futura produção também de iPhones e Macs no país, as portas ficam abertas para a instalação das tão sonhadas lojas físicas da Maçã, as chamadas Apple Stores. Isso significaria também assistência técnica feita pela própria empresa, além de venda de iPhones desbloqueados sem passar por operadoras (o que faria com que os preços dos aparelhos vendidos por elas baixasse ainda mais). Mas isso também é algo apenas para o futuro, pois os impostos atuais ainda pesam sobre os Macs.
Seja como for, a produção de iPads só começaria em novembro, segundo o ministro. Será que a Apple vai esperar até lá para lançar o iPad 2 no país ou venderá mais caro no início, baixando o preço para o natal? Essa pergunta ficará sem resposta, pelo menos por enquanto.
O portal G1 também postou hoje artigo similar e mais completo, com a análise de especialistas. Não deixe de conferir.